30 de julho de 2015

Fora da BOX

Estão a ver aquela funcionalidade da BOX de TV Cabo que permite andar para trás em programas já emitidos? (Se não estão a ver, podem ver depois! Ah ah, piadinha.) Se, como eu, estão sempre a usar essa funcionalidade (e acham mesmo que foi a melhor coisinha que já inventaram depois da roda), preparem-se para uma constatação chocante: a vida não dá para voltar atrás. JURO!

Quantas e quantas vezes já não dei por mim a querer "andar para trás" num programa de rádio que ouvia no carro, numa conversa entre amigos da qual me escapou qualquer coisa... Nas mais variadas situações da vida. E qual não foi o meu espanto ao perceber que isso não era possível?! Tão inacreditável como "não ser possível gravar programas já emitidos", mas ainda pior! (A menos que o dito programa seja o último episódio das Kardashian, aí não há nada pior.)

A BOX está a transformar-me (ou " nos", porque quero acreditar que há mais como eu, OUT THERE) numa criatura que desvaloriza o presente por achar que a qualquer momento pode voltar ao passado. E, ainda que não consiga gravá-lo, pode vê-lo confortavelmente, entre colheradas de Ben&Jerry's. A BOX está, lentamente, a deturpar a nossa percepção espacio-temporal. E não me venham com merdas publicitárias, senhores da TV cabo, porque NÃO HÁ UMA LINHA que separa a BOX da realidade... Há um enorme fosso, uma muralha da China!

Ainda agora estava aqui no telemóvel, distraída a escrever isto, e perdi o metro! Porventura posso voltar atrás uns 30 segundos e apanhá-lo? Não posso, pois não? Impostores! Peguem lá na vossa linha e enfiem-na no... buraco da agulha!

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