30 de setembro de 2015

Doutor, preciso de ajuda! #2

Nunca vos aconteceu terem os mesmos sonhos, exactamente iguais, ipsis verbis, sem tirar nem pôr, durante anos a fio? Well, join the club!

No secundário, sempre que se aproximava o regresso às aulas, no mês de Setembro, eu sonhava que corria para a paragem de autocarro, ofegante, aflita pela possibilidade de perder o autocarro logo no primeiro dia... Até que me apercebia, em pânico, que ainda tinha os chinelos nos pés. E parava mesmo antes de alcançar o autocarro, a um ou dois metros, para constatar que me esquecera de calçar os sapatos. Oh não!

Durante semanas, provavelmente as últimas de Agosto e as primeiras de Setembro, esse sonho repetia-se, exactamente igual. Eu a correr para o autocarro e a perdê-lo por fracções de segundos, assim que me apercebia que estava em chinelos. E não eram uns chinelos de enfiar no dedo, estilo havaianas, que talvez passassem despercebidos (na verdade, nem me lembro se esse tipo de chinelos já existiria na altura, há coisa de 15 anos). Eram mesmo uns chinelos de quarto, daqueles fofinhos, em pelúcia e com sola alta de borracha. Era esse o calçado "de andar por casa".

O sonho terminava comigo especada na paragem vazia, a olhar os chinelos, desolada por ter perdido o autocarro onde seguiam todos os meus colegas, para o tão aguardado regresso às aulas. Lembro-me de acordar com suores frios, verdadeiramente assustada pela possibilidade de o sonho se concretizar... Até que chegava o dia D, o primeiro dia do novo ano lectivo, e eu fazia questão de confirmar, vezes sem conta, que tinha os sapatos nos pés. Sapatos - check! Siga! E saía de casa, com a devida antecedência, para não ter de correr... Ufa!

Na realidade, nunca me aconteceu sair à rua de chinelos. Já me aconteceu achar que o tinha feito e ter necessidade de olhar para os pés. Acontece-me com alguma frequência até. Na idade adulta, inclusive. Talvez tenha ficado traumatizada pelo sonho, who knows. Também não me recordo exactamente da altura em que deixei de ter este sonho, se já andava na universidade ou não, mas lembro-me que ele se repetia todos os anos, religiosamente, antes do início de cada ano lectivo. Como os alarmes de telemóvel que programamos para repetir ou para não tocar em determinados dias. Aquele sonho era mais ou menos isso, uma espécie de alarme: "Não esquecer os sapatos!". A verdade é que resultava! E que bom seria se conseguíssemos, efectivamente, programar os nossos sonhos...

18 de setembro de 2015

E que giro é...

Ouvir, no metro, duas senhoras com 60/70 anos tratarem-se por "mana". Não sei porquê, talvez por associar esse termo carinhoso à juventude, fiquei profundamente sensibilizada. No fundo, são preconceitos que criamos na nossa cabeça e é uma epifania quando a vida se encarrega de os detonar.

17 de setembro de 2015

Coisas que mudam quando temos um filho #12

A nossa relação com os livros. Estes tendem a transformar-se em peças decorativas na nossa mesa-de-cabeceira.

Com excepção dos livros realmente interessantes, aqueles que dá vontade de ler de uma empreitada só. Esses são "desempoeirados" ocasionalmente, ao longo de algumas semanas (se não meses).

16 de setembro de 2015

Então e esse plano de mudança, como vai?

Confesso que, por esta altura, planeava já ter colocado em marcha todos os pontos da minha lista de mudança. Na verdade, não o fiz. Meteram-se coisas pelo meio. Nomeadamente o verão. Um verão grande e com férias "obrigatórias" ditadas pelo pequeno João. Além disso, meteram-se outros desafios pelo meio. Poderia chamar-lhes desafios profissionais, mas isso implicaria a obtenção de rendimento, que não é o caso. Chamemos-lhe então desafios passionais. Nos últimos meses, escrevi alguns livros e alinhavei o início de um projecto ambicioso (que, se correr bem, vai dar muito que falar). Tudo isto a custo zero, não apenas para mim, mas para outras pessoas (sobretudo no caso dos livros), e tudo isto consumiu o seu tempo, o meu tempo... Muito tempo!

De modo que aqui estou eu, a meio de Setembro, e com tanta coisa para fazer (e mudar!) num futuro próximo. Em primeiro lugar, vou mudar de estratégia. Até agora, tentei fazer tudo em simultâneo, acabando por não fazer nada daquilo que queria mesmo fazer. Como o meu projecto. Fui ambiciosa. E estanquei em águas de bacalhau. Doravante, palavra de escuteira, vou aceitar o reordenamento natural das prioridades. Vou aceitar que a vida não pára enquanto nós fazemos "check" nos pontos de uma lista. A vida continua e, naturalmente, vai acrescentando pontos à lista bonitinha que imprimimos e afixámos na parede do escritório.

Mais importante do que uma lista, é o que se passa na nossa cabeça. O nosso mindset. E o meu está mais do que sintonizado para a mudança, não tenho dúvidas. Falta o mais difícil: concretizar. Encontrar aquele meio-termo que funcione para nós e para as nossas rotinas, sem comprometer o essencial. Não fiz as caminhadas diárias, pois não. Não tenho cozinhado tanto como queria. Nop. Parei a dieta cedo demais e, embora não esteja longe do peso ideal, falta-me um par de quilos. Etc., etc. Por outro lado, sinto-me melhor agora do que há uns meses. Incorporei hábitos mais saudáveis na minha vida. Estou mais perto da pessoa que espero tornar-me. Passo a passo, lá chegarei... Ou, em linguagem popular, "ainda a procissão vai no adro".

Para já, algumas "lições" deste meu (lento) processo de mudança. Recomendo vivamente que as sigam, caso estejam no mesmo mindset que eu.

1. Não vale a pena querermos fazer tudo ao mesmo tempo. Acabamos por não fazer nada.

2. Lá por não termos "obrigações profissionais" não significa que as 8 ou 9 horas úteis de um dia sejam plenamente aproveitadas. Shit happens. And not every day is a good day.

3. Temos de aprender a deixar-nos ir na corrente. Go with the flow. Não vale a pena batermos com a cabeça nas paredes, o importante é que estejamos a fazer coisas. Fazer é meio caminho andado para vencer! O.K., não despachamos a nossa lista de mudança em 6 meses, mas podemos mantê-la no cantinho do olho. Até chegar o dia em que percebemos algo incrível: tcharan, lista cumprida!

15 de setembro de 2015

Coisas que mudam quando temos um filho #11

Voltamos a ansiar pela hora do recreio. Chama-se sesta.


 São as 2 ou 3 horas mais preciosas do nosso dia.

Óculos de sol no metro é estúpido?



Um bocado! Mas quando se usam óculos graduados e dá muito trabalho pôr e tirar óculos da mala até se entende... certo? Been there, done that!

14 de setembro de 2015

Doutor, preciso de ajuda! #1

Decidi começar uma rubrica ao estilo "consultório" porque há várias questões do foro psicológico que me atormentam. (Cuckoo). Todos temos os nossos "macaquinhos no sótão", portanto das duas uma: ou deixamo-los lá sossegadinhos (a fazer macacadas), ou brincamos com eles. E eu sou pessoa que gosta de lhes dar bananas. Gosto de observar os meus próprios macacos, tentando perceber de onde vêm e como posso conviver com eles, tornando-me numa pessoa melhor resolvida com as minhas "interioridades". Neste espaço, serei paciente e psicóloga de mim mesma. Talvez a psicologia de divã me ajude a analisar objectivamente as "cenas maradas" da minha psique. Ou então não. Seja como for, é como dizem: falar (ou escrever) ajuda. Portanto, vamos a isso. Bloco de notas aberto, divã em posição, caneta a postos... Que comece a terapia!

Sem pretensões freudianas, acho que sou bastante boa a "radiografar" desconhecidos. Consigo, num primeiro olhar, identificar os traços gerais da sua personalidade. E raramente me engano. Ossos do ofício, possivelmente. No exercício da escrita - e do guionismo - tenho de criar personagens, inventando vivências e fragilidades psicológicas. Não basta juntar factos à partida relacionados - "foi maltratado enquanto criança, logo, tornou-se um pai abusivo". Claro que há um conjunto de circunstâncias da vida que influenciam o homem ou a mulher que nos tornamos. Claro! Mas o desafio, quando se criam personagens, está em ir para além do óbvio e do estereótipo. Criar uma personagem de tal forma complexa que pareça ter existência real. Porque as pessoas são complexas. A nossa personalidade não é o espelho das nossas vivências, da nossa infância ou da forma como nos educaram. Somos sempre muito mais que isso. Existe, obviamente, uma boa parte de nós que é influenciada pelas circunstâncias - como e onde crescemos, a nossa estrutura familiar, as amizades que escolhemos, etc. - mas há também um recanto da nossa personalidade (o nosso sótão) que tem vida própria. Daí que sejamos todos diferentes. Daí que os irmãos, criados da mesma forma e com vivências semelhantes, sejam - por vezes - radicalmente diferentes. Pessoas boas e pessoas más nem sempre significam vida privilegiada ou vida difícil. E eu gosto da inversão das probabilidades. Pessoas que constroem o seu próprio sucesso, mesmo tendo nascido numa família miserável. Pessoas bem resolvidas, apesar da ausência de uma estrutura familiar saudável. Ou seja, há sempre um momento nas nossas vidas em que podemos decidir quem queremos ser e para onde queremos ir, por mais ténue ou breve que esse momento seja (às vezes nem damos por ele). Mas ele existe. E é essa possibilidade de escolha (ou livre arbítrio) que nos torna "nós". Personagens na vida que vivemos.

OK, estou a dispersar-me. (Maldito divã!) Tudo isto para vos falar de um hábito meu pelo qual ainda acabo internada no Júlio de Matos! E que hábito é esse, minha gente? Tan tan tan tan... Preparados? Observar pessoas. Estranhos. Mas observar mesmo, de forma obsessiva, com os dois olhinhos pregados neles e os ouvidos bem abertos. Passo a explicar.

Eu adoro - adoro! - sentar-me num banco de jardim, numa esplanada, num café (onde for) a observar as pessoas em redor, prestando atenção às suas conversas no telefone, à discussão que têm com o namorado, à forma como tratam o pai ou a mãe, à maneira como se vestem e comportam... Todos os pormenores contam! E, com base no que vejo ou ouço, traço o perfil desses estranhos (fragilidades psicológicas incluídas), exactamente como faço ao criar as personagens das minhas histórias. Eu sei, é um hábito muito feio! Podia tentar desculpá-lo com o facto de ser "pesquisa" para a minha profissão, mas nem sequer é somente isso. Eu adoro fazê-lo. A questão é: será que isso me torna na "maluquinha que gosta de observar estranhos"?

11 de setembro de 2015

O dia 11 de Setembro

Não sendo feriado, dia santo ou dia mundial de alguma coisa, o 11 de Setembro tornou-se um dia a que ninguém fica indiferente. É inevitável recordarmos o que aconteceu no dia de hoje, em 2001. Assim como nos parece a todos - pelo menos os que nasceram antes da década de 90 - que "foi ontem", mas já se passaram 14 anos. Haverá alguém que não se lembre do que fazia no momento em que soube, pela televisão ou por boca-a-boca, o que acontecera nos Estados Unidos? 

Para mim, era mais um dia de trabalho na fábrica de móveis onde estivera a trabalhar durante todo o verão. Por essa altura, eu já sabia que tinha entrado na universidade, em Lisboa, e aguardava com ansiedade essa nova etapa da minha vida. Mas continuava a trabalhar enquanto fosse possível, provavelmente até meados de Setembro, para juntar mais uns trocos. Ao início da tarde, depois da hora de almoço, começaram a surgir uns rumores pela fábrica. Falava-se da Terceira Guerra Mundial. Que o Japão (quase de certeza o Japão) teria atacado os Estados Unidos - o que, a confirmar-se, ditaria o início de uma nova Guerra Mundial. Subitamente, todas as minhas expectativas em relação ao futuro, o estado de espírito eufórico em que me encontrava, tudo isso deixou de fazer sentido. Lembro-me que senti medo. Muito medo. A matéria das aulas de História estava muito fresca na minha cabeça. E eu sabia perfeitamente quais as implicações de uma guerra mundial. Mesmo que Portugal não entrasse nem se tornasse aliado. O futuro, como eu o imaginava, estava em risco. Se é que existiria um futuro...

Naquele momento tão particular da minha vida, a notícia caiu-me como uma bomba. A mim. O meu mundo desabou. Puro egoísmo (eu sei). Verdade seja dita. No instante em que soube, não pensei nas vítimas. Pensei em mim e na minha família, naqueles que eu acreditava estarem ameaçados por uma Terceira Guerra Mundial. Não pensei nas vidas que já se tinham perdido. Ou na família dos que já eram, efectivamente, vítimas. Só mais tarde, quando assisti às imagens pela televisão, percebi. Nessa altura, já se sabia tratar-se de um atentado terrorista. Já se tinha ilibado o Japão. E já não se falava em Guerra Mundial, mas sim em Terrorismo. (Haverá diferença?)

Lembro-me perfeitamente de estar em pé, debruçada sobre a mesa da cozinha (onde havia a única televisão lá de casa), a assistir à repetição do horror. Ouviam-se diferentes vozes, em choque, a comentarem as mesmas imagens (o primeiro avião a embater na primeira torre, o segundo avião a embater na segunda torre, as pessoas a saltar das janelas, a confusão de bombeiros e polícias e pessoas ao redor, intoxicados pelo fumo...). Enquanto isso, eu permanecia imóvel em frente à televisão. Eu, que acabara de entrar num curso de jornalismo, não conseguia imaginar-me no lugar dos jornalistas que cobriam o acontecimento. (E acho que nenhum deles algum dia se imaginou naquele lugar!)

Hoje, vejo-me novamente na cozinha dos meus pais, imóvel (paralisada!) em frente à televisão. Não sei porquê, mas é essa imagem que guardo e revivo a cada 11 de Setembro. Talvez porque me lembre tão bem do que senti naquela altura. O mesmo que sinto hoje, e em todos os 11 de Setembro: um profundo medo pela facilidade com que o mundo pode desabar, num instante. A iminência do perigo. A apreensão pelo estrago que a maldade humana pode causar.

Para mim, 11 de Setembro é mais do que um dia. É um lembrete. Um estado de espírito. E eu espero sinceramente que o meu filho nunca saiba o que isto é, a não ser - claro - nas aulas de História.

9 de setembro de 2015

Coisas que mudam quando temos um filho #9

Que se lixem os vizinhos! Se nós aturamos o barulho de sexo todas as noites, eles que aturem os pontapés na bola às 7 da manhã.


8 de setembro de 2015

Passadiços do Rio Paiva (ou o que resta deles)



Quando li sobre os passadiços de madeira que a Câmara de Arouca tinha instalado nas margens do Rio Paiva, para percursos pedestres, achei uma excelente ideia. Pensei para comigo: "tenho de lá ir!". E hoje leio sobre a destruição parcial desses passadiços, graças a um incêndio florestal. Muito provavelmente, fogo posto. Porque raio é que, no nosso país, as boas iniciativas atraem logo "mau olhado"?


É uma pena.

O futuro de Mariam Malak



No início desta semana foram divulgadas as listas de acesso ao ensino superior. Milhares de jovens souberam, finalmente, se os seus esforços dos últimos anos compensaram. Se conseguiram entrar para o curso de sonho ou para a universidade que tanto queriam. No caso dos candidatos a medicina - já se sabe - as colocações são ainda mais enervantes porque basta uma variação mínima da média (ainda que brilhante) para que se morra à beira da praia. É ingrato. É injusto. É a vida.

Mas depois há notícias como esta. Uma aluna brilhante, por mérito próprio, vê o seu futuro ameaçado pelo simples facto de viver no país errado - um país onde a fraude descarada passa impune. Alguém acredita que a Mariam, habituada a notas geniais, tenha zero a TODOS os sete exames que fez? Basta olhar para a imagem da miúda, lavada em lágrimas, para se perceber que é um caso inegável de corrupção. Outro jovem, de famílias influentes ou com muito mais dinheiro que Mariam, conseguiu entrar para medicina sem ter feito rigorosamente nada por isso, apenas à boleia da podridão do sistema.

Foi criada uma página de Facebook de apoio à Mariam, mas isso vale o que vale se não for feita justiça. E eu espero mesmo que a justiça se faça (talvez a atenção mediática internacional ajude). Porque cada dia que passa é um dia a menos no futuro de Mariam. Um futuro para o qual me parece claro que ela lutou bastante.

Profissão: entregador de panfletos

A praga dos panfletos

Há uma técnica de marketing que resiste e persiste no tempo: os panfletos. Quantas gráficas já não teriam falido sem os panfletos? Já para não falar nos postos de trabalho assegurados pelos famigerados papelinhos. "Olá, o meu nome é André e sou entregador de panfletos."

Num dia normal (casa-trabalho-casa), são às dezenas os panfletos com que nos cruzamos. Ora porque nos deixam nas caixas de correio. Ora porque nos entregam na rua, quase sempre à saída do metro. Ora porque os prendem nos limpa pára-brisas do carro. Panfletos e mais panfletos. Deste mundo e do outro.

É o dentista que faz implantes a 50€. É o senhor que nos quer comprar o carro. Ou o ouro. É o limpa-chaminés para o nosso prédio - que nem sequer tem chaminé. É o desentupidor. O desinfestador. O canalizador. A Telepizza. A Pizza Hut. A Meio Pizza Meio Grill. Os senhores das mudanças a 15€ à hora. O restaurante que serve buffet chinês por 7€. A esteticista do bairro que aceita pagamento às prestações para depilação a laser. A escola de formação que oferece cursos com emprego garantido. Uau! É todo um mundo de oportunidades, descontos, erros ortográficos e mau design.

Ainda esta semana, recebi na caixa de correio um panfleto bastante garrido, que anunciava uma marisqueira com "take way" (em letras bem grandes). Agora, no vidro do carro, tinha um panfleto que me prometia a carta de condução a preço de saldo. Really? Não encontram melhor sítio para largar esse panfleto? Por acaso não vos ocorreu já que a malta com carro, à partida (reforço: à partida), já terá a carta de condução? Só naquela. E que tal espalharem esses panfletos pelas universidades? Ou, melhor ainda, nos berçários e jardins de infância! "És pequenino, mas já sonhas com o dia em que poderás amolgar o carro dos papás? A nossa escola de condução espera por ti."

7 de setembro de 2015

Exercício de escrita criativa (em 5 minutos)


O objectivo era desmembrar lugares-comum, isto é, encontrar alternativas para aquelas palavras que escrevemos e lemos frequentemente juntas (exemplos: mar revolto, silêncio sepulcral, noite cerrada, talento inato, doido varrido e por aí fora). Os lugares-comuns que escolhi desconstruir foram: seios generosos/pululantes, corpo escultural, lábios carnudos, olhar profundo/penetrante e rosto simétrico... Tudo coisas físicas, portanto. Let's get physical, physical...

O primeiro encontro

Assim que ele a viu, deparou com dois copiosos seios,
metidos num corpo de fazer lembrar uma pêra apetitosa.
Os seus lábios escarlate e o seu olhar perscrutante
eram peças perfeitas de um rosto milimétrico,
desenhado a régua e esquadro.

Sentiu por ela uma paixão literária.
Queria citar-lhe Honoré de Balzac ou Shakespeare.
Escritores habituados a descrever musas como quem as vê todos os dias.
Queria falar-lhe de paixão ardente, amor platónico, desejo carnal...
Mas não lhe ocorria qualquer cliché da literatura.
Então, caminhou compassadamente na direcção dela,
parou e disse-lhe liminarmente: "És um pitéu!".

Coisas que mudam quando temos um filho #8

As finanças pessoais deixam de o ser, já que são açambarcadas por outra pessoa e pelas suas despesas fixas: fraldas, leite, papa, iogurtes, cremes para o rabo, creche...

Adeus compras-por-impulso. Olá conta-poupança-para-a-universidade.

4 de setembro de 2015

Grandes dilemas


Isto de dormir tem muito que se lhe diga. E depois querem que uma pessoa descanse durante a noite... Yeah, right!

Diz-me como dormes, dir-te-ei quem és!

Com certeza já ouviram falar ou leram sobre interpretação psicológica das posições de sono. Passo a explicar. Os especialistas da mente entendem que a forma como dormimos reflecte a nossa personalidade. Is that simple? Yes, it is.  Meninas, esqueçam todos aqueles testes que as revistas vos impingem sobre como saber se um homem é ou não o homem certo para vocês. Ignorem os tais sinais a que nos dizem para estarmos atentas - se ele abriu a porta para passarmos, se ele puxou a cadeira para nos sentarmos, se insistiu para pagar a conta, se ligou logo no dia seguinte, etc., etc., etc. Isso tudo dá uma trabalheira desgraçada, quando - afinal - há uma forma simples e rápida para ficar a conhecer um homem de ginjeira: durmam com ele!


Ah, e deixem de gastar dinheiro em terapia. Digam-me como dormem, dir-vos-ei quem são! Ora atentem:

1. Posição "Melancólica"

Pessoa desconfiada em relação aos outros, com uma postura de vida bastante racional.

2. Posição "Estrela do Mar"

Bom ouvinte. Alguém que se mostra disponível para ajudar o próximo.

3. Posição "Tronco"

Pessoa descontraída e socialmente activa, mas por vezes demasiado ingénua.

4. Posição "Soldado"

Pessoa de poucas palavras, reservada, com "alergia" a multidões e eventos sociais.

5. Posição "Queda Livre"

Pessoa bastante extrovertida, com alguma dificuldade em lidar com as críticas.

6. Posição "Feto"

Alguém que aparenta ter "casca dura", mas é na realidade sensível e tímido.

E pronto, é isto. Em qual destas posições se "encaixam"? Eu, na última. Bate certo, não bate? I knew it! Estes estudos nunca desiludem...

Então e posições a 3?!

Perguntam vocês e muito bem. Et voilà!, como este é um blogue despudorado, aqui ficam algumas ideias de posições "a três" para pôr em prática no quarto.



Há também quem goste de o fazer com animais. A lógica é exactamente a mesma, basta replicar o que vêm nas imagens com o vosso animal de estimação (ou animal selvagem, como preferirem!). Cá por casa, não gostamos muito de partilhar a cama com terceiros... Mas, naquelas noites loucas em que o fazemos, é mais ou menos como na última imagem.

Finalmente, um Kama Sutra que eu entendo.

Neste, não tenho de rodar as páginas ou inclinar a cabeça para perceber as imagens...




Cá por casa, vamos variando (porque somos uns gandas malucos) entre as posições Zombie Attack, Invisible Dog, Necrophiliac, Heat Wave e, em noites mesmo muito especial, é ver-nos na posição The Cold War. Eu, pessoalmente, gosto muito de praticar a Theater Torpor (especialmente nas sessões da meia-noite!).

É para o lado que durmo melhor!

E qual é exactamente esse lado? Pode parecer uma pergunta estúpida, mas dei por mim a pensar nisso ontem à noite, enquanto me deitava, e - afinal - pesquisas altamente aprofundadas na internet (cof cof) mostram que SIM, é verdade, devemos ter em máxima consideração este assunto das posições para dormir. E porquê? Sabiam que é possível aferir a nossa personalidade com base na posição em que dormimos? Yep! E sabiam que há autênticos kamasutras de posições para dormir? Ah ah! E aposto que não sabiam - nem sabem - que a forma como dormem é importantíssima para o vosso bem-estar físico e mental! Ok, esta talvez saibam. Mas nunca é demais relembrar conhecimentos. E hoje, sexta-feira, parece-me um excelente dia para falar de sono. O assunto é tão denso que vou reparti-lo em vários posts. Comecemos pelos certos e errados das posições para dormir.

Dormir de barriga para cima

Não é uma posição espectacular, mas também não é má de todo! OK, é óptima para quando comemos demais ao jantar, mas causa tensão na coluna e, além disso, é uma posição propícia ao ressonar. Queremos mesmo fazer essa figura a dormir? Não, pois não? Bem me parecia... Se, ainda assim, gostamos mesmo, mesmo, de dormir a mirar o tecto (ou as estrelas), podemos e devemos adoptar algumas práticas para melhorar esta posição: escolher um travesseiro baixinho para evitar tensão na zona cervical e colocar uma almofada debaixo dos joelhos, para aliviar a tensão na zona lombar. Estamos entendidos? Next.

Dormir de barriga para baixo

Nada mais errado! É a posição do demo. É ainda pior do que dormir de barriga para cima. Tem todas as contra-indicações dessa posição, com o acréscimo de o pescoço estar completamente torcido. Como não podemos ficar com o pescoço direito (ao que parece, precisamos de respirar), viramo-lo para o lado, num ângulo de noventa graus, o que traz contracturas e problemas musculares, lombares, cervicais (you name it!). Chatices que nunca mais acabam. Alô adeptos desta posição, ainda aí estão ou já correram para o ortopedista?

Dormir de lado

Certíssimo! Considerada pelos especialistas a posição mais adequada para dormir e aquela que proporciona mais descanso. Se viramos para o lado esquerdo ou para o direito, isso já são pormenores (excepto quando queremos fazer conchinha e o namorado só fica confortável num determinado lado!). O que não podemos descurar é o alinhamento da coluna, que deve estar o mais direita possível (e isso não significa que seja em linha recta, já que a coluna tem ligeiras curvas naturais e devemos respeitá-las). Então e como é que conseguimos alinhar a coluna correctamente? Com um fio de prumo? Com um nível daqueles que se usam nas obras? Nada disso. Com uma boa almofada e um bom colchão. A almofada deve ter a altura do ombro, para que a cabeça não fique inclinada, e o colchão deve moldar-se ao nosso corpo, para que a coluna não esteja em tensão. Ideal, ideal é ficarmos com a cabeça e os pés à altura do coração (uma almofada extra entre os joelhos ajuda)."Ah, e tal, eu gosto das almofadas tipo arranha-céus". Ou "o meu colchão é espectacular, já o tenho há 30 anos!" Não me parecem boas práticas, mas - lá está - cada um sabe de si.

Quanto a mim, descobri que faço "quase" tudo bem. Durmo de lado - check! Às vezes para o direito, outras vezes para o esquerdo - who cares? O meu colchão é daqueles super recomendados do IKEA, que comprei há coisa de 3 anos - good! Só não ponho nenhuma almofada entre os joelhos - zero points! E, confesso, a minha almofada é alta demais - wrong! Mas já descobri os do's e don'ts das posições para dormir, portanto vou tentar melhorar. Palavra de escuteira.

Com desenhos é mais fácil!

3 de setembro de 2015

Em countdown para 23 de Setembro


Cheia de saudades do Cam...

Coisas que mudam quando temos um filho #7

Deixamos de nos importar com nódoas na roupa e restos de bolacha no cabelo. A criança aos berros que carregamos connosco é distracção suficiente para que ninguém repare.

Mais vale um pássaro na mão...


Nestas férias encontrámos uma andorinha-bebé na calçada. Tinha caído do ninho, algures nas proximidades, e estava assustada, encolhida nas suas penas (que ainda eram pêlo). Eu senti logo um impulso de a trazer connosco. Desconfiava que o animal indefeso, ali, não iria sobreviver. Mas o "namorido" achou que o melhor era deixarmos o bicho quieto, pois a andorinha-mãe haveria de andar à sua procura e levá-la-ia de regresso ao ninho. Além disso, sem fazermos ideia de como cuidar de uma andorinha-bebé, não éramos lá grandes salvadores.

Indecisos sobre a melhor decisão a tomar, estivemos ali um bocado, demos-lhe água da tampa de uma garrafa e pedacinhos de bolacha Maria que o João trazia na mochila. Até o João ajudou na tarefa, em êxtase com o novo "amigo", a quem deu festinhas e tudo. O passarinho não comeu, mas bebericou um bocadinho - o que me deu esperanças de que, afinal, talvez conseguíssemos cuidar dele. Nisto, o homem insistia para o deixarmos, que "não se deve interferir com a natureza", blá blá blá... E eu acabei por lhe dar ouvidos! O homem venceu e o pássaro saiu da minha mão, de volta às pedras da calçada.

Ainda assim, andei o resto do dia com o assunto a bailar-me no pensamento. De vez em quando, lá me perguntava se o pássaro teria conseguido safar-se, esperando que sim... Mas tratei de afastar o assunto com outro tipo de preocupações dignas de férias ("vou à piscina ou fico aqui a apanhar sol?", "a que restaurante vamos jantar hoje?" e questões existenciais do género).

A coisa teria ficado por aí se não tivéssemos passado pelo mesmo passeio, no dia seguinte. Digamos apenas que eu devia ter seguido o meu instinto. R.I.P. passarinho. Nota mental para mim mesma: ignorar opiniões masculinas. Está visto que os homens nunca têm razão.

2 de setembro de 2015

Coisas que mudam quando temos um filho #6

O conceito "sair à noite" torna-se uma memória distante.


Avivada de tempos a tempos com idas nocturnas às urgências de pediatria.

(Não há bebidas alcoólicas, mas há coca-cola nas máquinas de venda automática. E se pedirmos com jeitinho à enfermeira de serviço, somos bem capazes de nos safar com umas aspirinas.)

O regresso à creche



(Foi ontem. E ele reagiu como sempre: na maior!)

Campo, praia e dolce far niente (retrospectiva das férias)

Eis-me de volta, depois de umas boas semanas de férias. Foram curtas, como se costuma dizer - são sempre! - mas passaram-se muito bem. Com bastante descanso à mistura (na medida do que uma criança de um ano permite) e sem o"ruído" das tecnologias. Daí este texto em jeito de resumo, ao invés de posts vários em cima do acontecimento. Estive, realmente, longe do mundo. Primeiro, na minha terra, uma aldeia do distrito de Viseu. Depois, na terra dele, junto à praia. E, por fim, em terra de cavalos e campinos, na Golegã. Muita variedade, portanto.

A primeira semana: campo

Estar na terra onde nasci é voltar atrás no tempo. Relembrar as pessoas, os lugares, os costumes... E perceber que, apesar de já ter saído de lá há 14 anos, na verdade nunca de lá saí (ou a terra nunca saiu de mim). O tempo pára por aquelas bandas. É certo que os miúdos crescem, os adultos envelhecem, constroem-se casas novas onde dantes existiam apenas terras, deixam-se ao abandono terras que outrora tinham donos, o rio já não transborda de água como antigamente, os montes em volta são agora pontuados por eólicas... Em suma, a vida foi passando. Mas o tempo parece-me que não. Pelo menos, parece-me A MIM. Só assim se explica que eu volte a ser a miúda de 17 anos, quando lá estou. E nem o puto bonito e sorridente que dizem ser meu filho me tira essa sensação. A sensação de que voltei a ser adolescente.

Durante uma semana, fui essa adolescente de 17 anos. Imensamente feliz por poder mostrar ao meu filho todas as coisas com que cresci. Bebemos cevada de cafeteira. Comemos torradas de fogão. Ouvimos o corvo Chico a grasnar e as galinhas a cacarejar. Sentámo-nos no largo à conversa com as vizinhas, num banco improvisado de pedras e tábuas de madeira. Molhámos as mãos no tanque e matámos a sede na fonte. Apanhámos fruta das árvores. Fomos de carro até à vila, lanchámos na pastelaria do costume. Revimos velhos amigos. Deixámos passar os dias sem pressa. E fomos muito mimados. E felizes ali, como diz o Malato.

Em mês de bailaricos e festarolas, ainda tivemos família reunida e mesa farta, à boa maneira do norte - e da minha família em particular (só não mostro fotos para não meter nojo!).


A segunda semana: praia

O João já tinha passado uma semana com a avó paterna, na praia. Como adorou, decidimos voltar - mãe e pai incluídos - para que ele pudesse "encher a barriga" de praia. (Não imaginávamos que ele o fizesse literalmente, engolindo mãos cheias de areia, mas enfim...) A rotina dos dias era perfeita (e quase sempre a mesma): manhã de passeio, almoço ao ar livre, sesta e depois praia até ao fim da tarde. Uma maravilha! Felizmente, o tempo colaborou - coisa rara em Peniche - e, à excepção de um dia menos bom, todos os outros foram beach friendly.

Na praia, o João só queria estar dentro de água a "apanhar" ondas. A água até podia estar fria - entenda-se gelada - mas era vê-lo bater o dente, enquanto acenava com a cabeça para que o levássemos mar adentro. Chegou a estar com água pela cintura, todo contente, como se nada fosse. E nem mesmo quando caiu e ficou submerso por alguns segundos, ele desmoralizou. Pelo contrário. Tomou o gosto à água salgada e, de vez em quando, lá molhava a mão para a levar à boca :) Por enquanto, posso dizer - sem margem para dúvidas - que foi do pai que ele herdou o à-vontade com o mar. Se saísse à mãe, nem um dedinho do pé tinha posto dentro de água (muito menos com aquelas temperaturas). Hell no! Curiosamente, já na areia, comprovei que tem a minha predilecção pela sombra (coisa mai' linda de sua mãe). Sem que ninguém o instruísse a fazê-lo, ele ia muitas vezes posicionar-se debaixo do chapéu de sol ou da tenda, onde se estava bem mais agradável. Claro que não ficava lá muito tempo quieto, até porque havia areia para comer, brinquedos para enterrar, a mãe deitada na toalha para chatear (ela bem queria ficar descansadinha a relaxar, mas qual quê...). Praia e João foram sinónimo de brincadeiras e muita água de mar!

Além disso, fomos algumas vezes ao parque infantil, visitámos uma feira de artesanato, levámos o João aos carrosséis (outra estreia que ele adorou!), comemos gelados e todas as coisas boas que se fazem (e comem) nas férias.


A terceira semana: dolce far niente

Para a recta final das nossas vacances, optámos por nos instalar - confortavelmente e a três - num hotel **** do interior ribatejano. Apetecia-nos a mordomia de um hotel com piscina (que ainda não tínhamos feito), mas no sossego do campo, ou seja, longe da confusão junto às praias. E não poderíamos ter escolhido melhor! Não conhecíamos o Hotel Lusitano e só temos coisas boas a dizer. A começar pelo espaço, que faz lembrar uma casa acolhedora - e não um hotel impessoal -, passando pela simpatia dos funcionários (uma simpatia genuína, que faz valer cada palavra do slogan "A arte de bem receber") e sem esquecer a maravilhosa vila da Golegã, com as suas casas rasteiras, gente simpática e ruas embelezadas por candeeiros antigos e cavalos de ferro a servir de sinalética. Ao contrário de muitas vilas ou cidades portuguesas, não é difícil perceber qual o "ex libris" daquela terra ribatejana (os meus parabéns à autarquia).



Assim que avistámos o hotel, ficámos encantados pela forma como ele se integra na vila, sem destoar minimamente das casas em redor. Aliás, o edifício passa tão despercebido que foi por pouco que não seguimos em frente (valeu-nos a placa à entrada). A casa - ou casarão - de linhas rurais, com traves em madeira nos tectos e uma decoração rústico-moderna (se não existe, passa a existir!), faz-nos sentir que vamos ficar hospedados numa quinta ribatejana familiar. Fomos logo recebidos com chá de menta e sumo de laranja natural (hum!), enquanto aguardávamos o check-in numa sala com chão de madeira, sofás e cadeirões e uma enorme lareira ao centro (apagada, para minha tristeza, que não me importava nada de suar em bica, só para tornar perfeito o ambiente). A chegada ao quarto fez-nos abrir ainda mais a boca: o espaço era enorme, com muita luz natural (duas portas-janelas no quarto, outra porta-janela na casa de banho, além de uma janela enorme também no WC, por detrás da sanita) e o berço para o João foi do melhor que já vimos em hotéis. De veludo, imaginem. Tudo espectacular. Nem vale a pena continuar com a descrição para não vos maçar com o meu deslumbramento - ou para não pensarem que estou a ser paga para fazer publicidade. I wish! Deixem-me só rematar com uma menção aos scones quentinhos e ao sumo de laranja (natural!) do pequeno-almoço. Não era SÓ isso que havia, mas foi praticamente o que comi e repeti (além de umas fatias de pão quentinho e doce de tomate caseiro). (SALIVA) Quanto à rotina destes dias, resumiu-se (no bom sentido) a passeio pela vila de manhã, almoço aquecido (e levado de casa na marmita) para o João, almoço rápido para nós (comprado no supermercado a 200m do hotel), sesta e piscina/jardim até à hora de jantar (num restaurante da vila ou no restaurante do hotel). Boa vida, portanto. (SUSPIRO)


Financeiramente falando, foram umas férias bastante em conta (ficar com a família ajuda, além de que o hotel não foi nada caro - 200€ por três noites com pequeno-almoço em plena época alta). Além disso, e mais importante, conseguimos descansar (ou não fosse esse o objectivo das férias), conhecer um sítio que não conhecíamos (bónus) e ainda maravilhar-nos com o crescimento do João diante dos nossos olhos, 24/7. Salvo uma ou outra birra (cof cof), ele foi uma criança fácil de aturar e, sem dúvida, o melhor das nossas férias. Na idade de descobrir e imitar, todos os dias ele fazia ou aprendia qualquer coisa nova que nos deslumbrava (apesar de os "popós"ocuparem 99% da sua atenção).Vrum vrum... Venham as próximas férias! Na realidade, até já estão marcadas e falta pouco mais de um mês (viva!). La bella Italia espera por nós! :)