30 de junho de 2015

Que fazer para o jantar?


 Imagens: pinterest.com

Fazer jantar todos os dias é novidade cá em casa. E passou a sê-lo por força de duas circunstâncias: uma criança de 1 ano que não se alimenta à base de tostas, iogurte e cereais (o meu tipo de jantar preferido) e uma dieta que não se compadece com snacks rápidos e cheios de hidratos e/ou açúcares. Vai daí que passou a ser obrigatório cozinhar todo o santo dia. E com cozinhar entenda-se "preparar uma refeição decente", ainda que uma salada ou uma sopa aquecida do dia anterior. Seja como for, é verdadeira tortura. Esta obrigação de fazer jantares variados e saudáveis (prescrição de nutricionista!). Com a agravante de que não sou pessoa de planear a coisa com antecedência, estilo ementa para a semana toda, de maneiras que ando sempre com a dúvida existencial a martelar-me o juízo: "Que fazer hoje para o jantar?".

Normalmente, penso primeiro no que me apetece comer (ao namorado nunca apetece "nada de especial" e, além disso, pode dar-se ao luxo de sucumbir às tostas com Nutella - GLUP!). Depois de pensar no que apetece, trato de excluir as hipóteses no topo da lista - que passam quase sempre por tosta de queijo com ovo a cavalo ou iogurte grego com frutos vermelhos - e escolho carne ou peixe conforme aquilo que comi nas últimas refeições. Em média, duas vezes por semana como ovo, que a-do-ro! Em omeletes, mexidos ou simplesmente cozidos... O ovo foi a melhor invenção da Humanidade! (Se veio antes ou depois da galinha... Who cares?)

Diz a nutricionista que o jantar quer-se pobre em hidratos e rico em legumes, com a proteína a comandar as hostes. E eu só penso em formas práticas, económicas e rápidas de cumprir estas recomendações. Porque tudo o que menos apetece ao final do dia é encostar a barriga ao fogão. Eu, pelo menos, sou muito mais adepta de assentar o rabo no sofá... Com o cérebro e o corpinho em modo "pause"! Acontece que "pause" é um botão que não existe num estilo de vida saudável. Pelo que temos mesmo de nos fazer à vida e ao fogão (passando pelo ginásio, pois claro).

Ora, sem a mente criativa de um chef para inventar receitas do zero, ando sempre à caça de receitas saudáveis em blogues e sites de culinária. É verdade que encontro fotografias lindas, de encher o olho, mas na maioria dos casos têm ingredientes pouco económicos e difíceis de encontrar, coisas que não fazem parte dos "básicos" da minha despensa. [Se bem que ando a virar-me para produtos diferentes e que até há bem pouco tempo nem conhecia, como as farinhas e as proteínas alternativas.] Entre os alimentos saudáveis que faço questão de ter por casa, o frango e peru são, sem dúvida, os best-sellers, repetidos em receitas até à exaustão. Quanto aos legumes, "vario" entre os brócolos, a couve-flor, os cogumelos, a courgette e pouco mais. Uma vergonha, eu sei. No departamento dos peixes, mantenho em stock uma embalagem de pescada congelada - a refeição de "desenrasque" para o João" - e fico-me por aí. Adoro peixinhos "pipis", como o atum fresco, o salmão, o robalo ou a dourada, mas confesso que é raro comprar. Por serem caros e porque convém comprá-los no próprio dia - quando nem sempre há tempo para isso!

Uma menção especial ao meu ingrediente preferido: o atum em conserva. A lata de atum deveria ser instituição sagrada. A-do-ro. Aprendi nos tempos de faculdade a cozinhar atum enlatado das mais variadas formas. Em massas e pizzas então... Supimpa! Mas os tempos mudam, deixamos de ter o corpinho que tínhamos aos 20 e diz-nos o bom senso que não podemos continuar a enfardar bolonhesa de atum diariamente! Assim sendo, não me resta alternativa senão alargar os horizontes culinários. E habituar-me a fazer o jantar, porque ele não se faz sozinho (por muito espectacular que seja a Bimby, e eu tenho a versão low cost da bicha, continuamos a ter de pensar nas receitas, adaptá-las a uma versão mais saudável, comprar os ingredientes e metê-los lá para dentro em determinado tempo e ordem). 

A propósito de jantar, já passa da hora e esta conversa deixou-me esfomeada! O João comeu restos de ontem, está despachado. O pai deve ficar-se pelas tostas com queijo. E eu tenho MESMO de aprender a planear a ementa semanal (ou de véspera, vá!). Enquanto isso, vou só ali atirar uma lata de atum para cima de duas folhas de alface e dar o jantar por encerrado.

29 de junho de 2015

Apologia aos serviços públicos (NOT!)

Sempre que tenho uma questão para resolver com finanças, segurança social e afins, tremo só de pensar no que me espera. ODEIO. Mas ODEIO mesmo, com todas as minhas forças, todo e qualquer contacto com serviços públicos. Por força de anos a trabalhar a recibos verdes, fui muitas vezes mal atendida e quase sempre mal informada. Por ter pago, há coisa de 3 ou 4 anos, uma dívida choruda à segurança social, da qual um terço eram juros, sei bem o que uma informação mal dada pode custar! Só é pena, muita pena, que não tenha custado nada à funcionária que me aconselhou erradamente. Afinal, os juros que me cobravam eram da responsabilidade DELA, não minha. Foi por causa da incompetência DELA que eu não cumpri com as minhas obrigações a tempo e horas. No entanto, de nada me valia reclamar porque "é obrigação do cidadão conhecer a lei" (resposta oficial da Segurança Social), além de que "seria a minha palavra contra a dela" (resposta do funcionário da tesouraria, que me aconselhou a pagar e calar).

Pagar e calar. Poderia muito bem ser esse o lema dos serviços públicos em Portugal.

Mais um exemplo (um dos muitos que já tive ao longo de uma década enquanto contribuinte). Finanças. Como sou pessoa altamente desconfiada e sempre à espera da próxima "machadada" do Estado, consulto com frequência o meu portal das finanças. Mais ou menos uma vez por semana dou por lá uma vista de olhos, confirmo que tenho tudo em dia, sem dívidas para pagar, papelada para entregar, etc. Na semana passada, numa destas visitas regulares ao meu portal, descubro que tenho uma execução fiscal em curso. Assim do nada. Uma dívida ao Estado que já estava em processo de execução fiscal. "Mas que dívida seria aquela, da qual eu nunca tinha tido conhecimento e que já ameaçava penhorar-me a casa e o carro?", pensei. Como em parte alguma do portal me davam a conhecer o motivo da tal dívida, liguei para o atendimento. Tempo de espera: 15 minutos. Tempo mais que suficiente para ponderar todas as hipóteses. E só me ocorria uma: multas de um carro antigo que eu tinha dado à troca, há mais de um ano, mas que continua no meu nome por incompetência e má conduta do stand. Estava convencida de que só poderia ser isso, quando a senhora, do outro lado, me diz tratar-se de uma coima pelo atraso no pagamento do Imposto Único de Circulação do carro novo. A minha cabeça processou a informação: impossível! Quer dizer, era verdade que tinha pago o IUC com atraso, mas, quando o fiz - e fi-lo presencialmente numa repartição de finanças -, saí de lá com a garantia da funcionária em como tinha regularizado tudo, inclusive os juros pelo atraso. "Ah, pois, mas a menina pagou os juros, não pagou a coima". Demorei alguns segundos a perceber. Lá perguntei: "mas se havia uma coima para pagar, além dos juros, porque é que a sua colega da repartição não me cobrou? É que esta coima continuou a somar desde a altura em que eu paguei, portanto agora escusava de pagar tanto dinheiro." Do outro lado da linha, a senhora concordou comigo, que "a colega deveria ter avisado da coima e cobrado, mas talvez não tenha verificado o processo". Suspirei. Mais uma vez, não iria adiantar reclamar. Eu, que tinha deixado passar um prazo pela segunda vez na vida, iria novamente pagar por isso, sem conseguir imputar qualquer culpa a quem me fazia pagar para além da minha própria responsabilidade. Adiante. Paguei e calei.

Voltando ao carro que continua em meu nome indevidamente. O meu erro: ter confiado que o stand, por ser uma empresa e não um particular, iria cumprir com a palavra de alterar o registo de propriedade do carro, depois de eu o ter entregue à troca de um novo (usado, na verdade). Entretanto, o stand vendeu o carro a um particular e - surpresa das surpresas - o livrete continua em meu nome. Mesmo depois dos inúmeros telefonemas e emails ao responsável do stand, que tem chutado a responsabilidade para canto. Enfim. O que leva alguém a comprar um carro e mantê-lo no nome do antigo proprietário? Não faço ideia. Mas cheira-me a esquemas e a má fé, e eu só penso nas multas e nas portagens por pagar que me podem chegar à caixa de correio! Por isso mesmo, decidi resolver a situação. Acontece que, apesar de ser eu a proprietária do veículo e de o conseguir provar (mediante o pagamento de 10€ por uma certidão do Registo Automóvel), tenho de esperar 1 ano até fazer o pedido de apreensão do veículo (pagando mais 10€ junto do IMT) e só 6 meses depois é que posso efectivamente cancelar a matrícula (mediante novo pagamento de 10€). O que me choca aqui, além da cobrança de todas estas taxas, é o tempo de espera para cancelar uma matrícula que, repito, está em meu nome. Eu sou a proprietária. Logo, não deveria poder fazer o cancelamento com efeito imediato? Convém ainda dizer que qualquer multa ou infracção cometida pelo actual detentor do veículo continua a ser da minha responsabilidade, MESMO DEPOIS DE EU TER JÁ APRESENTADO O PEDIDO DE APREENSÃO DO VEÍCULO. Não é lindo o funcionamento dos serviços públicos em Portugal?

[Como não vos quero maçar, deixo para outra altura a linda história do indeferimento ao meu pedido de subsídio de desemprego. E porquê, porquê? Erro da Segurança Social, claro. Mas fui eu que tive de andar em telefonemas e idas aos serviços de atendimento, com os habituais filmes de senhas esgotadas, para resolver a situação. Nada, NA-DA é fácil na minha relação com os serviços públicos. Nem sequer a consagração de um direito que adquiri à custa de trabalho e dívidas pagas com juros!]

26 de junho de 2015

A p*** da greve outra vez

No espaço de uma semana. Uma semana e um dia, para ser mais exacta. Desta vez, não precisei recorrer aos autocarros, que nestes dias andam sempre em modo Bom Petisco (passageiros = sardinhas enlatadas), mas a alternativa não foi melhor. Pegar no carro em dia de greve é um verdadeiro terror. Há trânsito que se farta. Os parques estão cheios. Filas intermináveis para entrar e sair. Pára-arranca. Impaciência generalizada... Estão a ver aquelas situações em que deve imperar o bom-senso, como as cedências de passagem quando a faixa termina ou quando várias filas num parque de estacionamento convergem para a mesma saída?! Pois, esqueçam o civismo. É à lei da selva. E eu com o João no banco de trás, cheio de sono, fome e calor. O ar condicionado ligado no máximo, mas ainda assim claramente insuficiente. Uma maravilha de tarde, portanto.

Obrigada, mais uma vez, "senhores" do metro,. Sem vocês, nada disto seria possível! (Batem forte cá dentro.)

Fase cão

Já recebemos advertências da escolinha do João, pois parece que ele gosta de distribuir mordidelas pelos colegas. E nós estamos a pensar seriamente em trazer o Cesar Millan cá a casa.


"Senta! Deita! Rebola! Não morde!"

25 de junho de 2015

Ups... Carreguei no ENVIAR sem querer!

Quantas e quantas vezes já não enviei um e-mail sem querer?! Acontece a todos. Muitas vezes, até com consequências desastrosas. Provavelmente, relações acabaram por causa disto! (Não é o meu caso, mas acredito que algures no mundo terá acontecido.)

De entre os vários cenários possíveis - enviar para as pessoas erradas, enviar com conteúdo não-editado, em forma de rascunho ou texto inacabado, etc. - tudo já me aconteceu, mas houve um envio "involuntário" que me deixou especialmente aflita. Foi em contexto de trabalho. Por ocasião de um evento importante (não me lembro se uma festa, um lançamento ou uma estreia), fui incumbida de convidar por email todos os contactos da empresa. Lá redigi o email, formal, com o dito convite, acrescentei TODOS os contactos da empresa em BCC... Mas lembrei-me à última hora que deveria sujeitar o conteúdo à aprovação do patrão. Então, lá acrescentei algo como: "Olha, vê lá o que achas do convite. Dá uma vista de olhos e corrige alguma coisa!". Endereço de email do patrão colocado no destinatário e siga para bingo! Só quando já tinha clicado em ENVIAR é que me lembrei: Ups, tinha TODOS os contactos da empresa em BCC! Ou seja, o email seguiu para toda a gente assim mesmo, com aquela mensagem inicial a pedir aprovação. PÂNICO: "Como é que anulo isto?! Como é que se faz o UNDO nesta porcaria?!". Mas já não havia nada a fazer. Felizmente, não houve mais repercussões para além do sermão. E, curiosamente, nenhum dos destinatários se manifestou, provavelmente por solidariedade de quem já cometeu o mesmo erro e sabe bem a sensação.

Se fosse hoje, no entanto, já saberia o que fazer para corrigir o erro. Maravilha das maravilhas, a Google disponibilizou a funcionalidade "Activar o cancelamento de envio", que nos permite anular envios involuntários até 5, 10, 20 ou 30 segundos após a asneira. Pelo sim, pelo não, a minha funcionalidade está activada e escolhi o tempo máximo (30 segundos), não vá o meu cérebro paralisar e deixar-me às aranhas: "Mas onde está a porcaria do botão? Oh meu Deus, que nervos!!!"

Parabéns à Google por se ter lembrado dos distraídos e dos "gatilhos nervosos" (expressão roubada ao "Buzz", o jogo de cultura geral da Playstation). Finalmente, uma funcionalidade que não se destina só aos geeks. A população em geral agradece. Eu incluída.

A prova de que é possível!

Ganha 288 mil euros em raspadinha.

Há que continuar a sonhar raspar!

A propósito de cabelos

Quero fazer um corte mais "fresco", para o verão. E estou indecisa entre manter o que faço sempre - um escadeado mais curto atrás do que à frente, sem franja e sem coloração - ou aventurar-me por mares nunca dantes navegados. Franja? Boy cut? Um tom mais claro, quase a puxar ao loiro? Só umas madeixas para contrastar? Ah, o drama!!!


 pophaircuts.com

Estar constipada em Junho

É como a moda dos pêlos das axilas pintados.

Imagem: Roxie Hunt (impulsionadora do movimento Free Your Pits e autora do blogue howtohairgirl.com)

 NÃO, obrigada! Mas temos de aprender a viver com isso...

24 de junho de 2015

Pelo preço destes cremes de rosto...


Espero bem que me deixem a cara mais macia que o rabo de um bebé. Na imagem só falta o tónico, que não estava disponível quando comprei. Mas será este:


Da direita para a esquerda: leite desmaquilhante Secret de Pureté; mousse de limpeza Secret de Pureté e creme hidratante Super Aqua Creme. Todos da Guerlain.

Como não sou nenhuma expert nestas matérias de beleza e cosméticos, pedi à senhora da Guerlain (por acaso apanhei uma representante da marca e foi SÓ por isso - porque a senhora é realmente excelente vendedora - que fiz esta compra de impulso) que me explicasse tintim por tintim os procedimentos, passo a passo, como se eu fosse muito burra (que sou - nestas matérias, atenção!). Então, parece que à noite (antes de deitar) posso dispensar a mousse de limpeza e usar, por esta ordem, o leite desmaquilhante, o tónico e o creme hidratante. Já de manhã, substituo o leite desmaquilhante pela mousse de limpeza e o resto é igual. Ao contrário do que eu pensava, não devemos colocar os produtos num algodão, mas sim directamente nas mãos. E massajar o rosto do interior para o exterior - pois, ao que parece, esta técnica diminui drasticamente a probabilidade de termos rugas. (Claramente, ninguém explicou isto à Lili Caneças em nova. O dinheirão e o transtorno que lhe tinham poupado!)

A senhora da Guerlain estava tão incrédula com todas as minhas perguntas que nem queria acreditar no TÃO POUCO que eu sabia sobre o assunto. E pronto. Agora sei um bocadinho mais. Objectivo para os próximos 50 anos (at least): manter o ritual DIÁRIO de limpeza e hidratação do rosto (tópico 5 da lista de mudança, lembram-se?). Como os cremes são tããããããããão caros (foi uma extravagância que não costumo fazer e que tão cedo não se voltará a repetir!), a minha maior motivação será não desperdiçar este dinheiro, afinal trata-se de um investimento em mim. Meus ricos cremes, agora é convosco... Work your magic e deixem-me exactamente ASSIM:


22 de junho de 2015

Eu não nasci para ser mãe a tempo inteiro

 
 Imagem: pinterest.com

É o que me apraz dizer, depois de um fim-de-semana passado a dois (mãe e bebé, entenda-se!). Aturar as birras sozinha. Fazer a sopa, cozer a fruta, improvisar um prato de proteína, preparar o banho... Isto enquanto o tenho agarrado à perna, qual lapa! Brincar e levar com patadas e cabeçadas, que nesta idade o carinho manifesta-se "à bruta". Apanhar as tralhas que ele semeia pelo chão, over and over again... Minimizar as quedas e os queixumes. Espalhar Arnidol nas pancadas antes que elas se transformem em nódoas negras. Ter vontade de espalhar Arnidol em nós próprias, de cima a baixo, antes que nos passemos de vez para "o lado negro". Respirar fundo. Relembrar que adoramos ser mães, só não gostamos de o ser a tempo inteiro. Uma espécie de amor com restrição de horários.

A dureza de ser mãe a full time manifesta-se especialmente nos dias ou semanas em que fico com ele doente em casa. Mais ou menos semana-sim-semana-não. Nessas alturas, sinto-me capaz de ligar aos senhores do Júlio de Matos e implorar para que me venham buscar, em colete de forças, qual cena de filme dramático! OK, pode parecer exagero. Mas deixem-me dizer, em minha defesa, que não existem avós ou familiares nas proximidades para dividir a "carga". O que significa que somos mesmo só nós. Os três. Ou os dois (mãe e bebé) nas enfermidades, nas formações do pai ao fim-de-semana (so good!) e nas viagens dele em trabalho.

Eu sei que é uma coisa muito feia de se dizer. Isto de não ter nascido para ser mãe a tempo inteiro. Faz-nos parecer más mães. Afinal, que mãe não daria tudo para poder passar os dias colada à sua cria, qual mãe-canguru? A lambê-la sofregamente nos primeiros 16 anos, antes que a adolescência se intrometa? Em teoria, todas as mães. Eu incluída. Mas a realidade é dura, muito dura, e nem todas têm perfil para modelo de anúncio publicitário dos anos 50! (Reparem nos sorrisos genuínos e na aura de tranquilidade das senhoras, face aos afazeres da vida doméstica).

  Imagem: pinterest.com

Para mim, ser "boa mãe" é passar momentos de qualidade com os nossos filhos. Momentos em que estamos ali para eles. Momentos em que somos "apenas" mães. E eu simplesmente não consigo sê-lo 24h/7 dias por semana. Preciso também dos outros momentos, aqueles eu que sou pessoa e mulher (de preferência, sem restos de Bolacha Maria colados à roupa). Momentos "time out", em que nos podemos dedicar a outras coisas, por mais chatas que elas sejam, como resolver problemas no trabalho ou correr 45 minutos. Mas são essas "outras coisas", que colocam em "stand-by" o papel de mãe, que nos fazem apreciá-lo INFINITAMENTE MAIS quando voltamos a pressionar o "play". Ou o "fast forward", nos finais de dia atarefados.

Toda esta questão da maternidade a tempo inteiro é ainda mais premente no caso das mães desempregadas. Parece lógico, quase obrigatório até, que essas mães passem a ficar em casa com os filhos. Primeiro, porque se poupa na creche numa altura em que o orçamento familiar está mais reduzido e agradece alguns cortes. Depois, porque se parte do princípio que a mãe quer, efectivamente, passar os dias inteirinhos (24h/7) com os filhos. Atenção que há mães que querem realmente, assim como há casais que não podem suportar a mensalidade da creche. Mas, em podendo, porque não? Faz bem à criança estar com os seus pares e participar nas actividades da creche. Faz bem à mãe ter algum tempo livre, para pôr a leitura em dia, o exercício, as consultas no dentista, o café com as amigas... Assim como as 1500 tarefas domésticas que têm de ser feitas e que se fazem muito melhor sem os filhos por perto para atrapalhar: compras de supermercado, máquinas de roupa, pilhas de loiça, limpezas, etc., etc., etc.

A mulher é um ser fantástico, que consegue fazer 1000 coisas ao mesmo tempo (é verdade, consegue mesmo). Claro que é sempre melhor quando o pai ajuda e faz a sua quota-parte, porque a casa e o filho são dos dois... Mas a mulher consegue efectivamente sozinha, se não tiver alternativa. Yes, I can! (como dizia o Obama). No meu caso, "I can" com muito mais tranquilidade se estiver no auge das minhas capacidades, com paciência e tolerância para aguentar cabeçadas, patadas e outras demonstrações de carinho que me derretem num dia bom e me fazem desabar num dia mau!

19 de junho de 2015

Fontes de inspiração

Sempre que começo a escrever um novo projecto, a primeira coisa que faço - religiosamente - é procurar o tipo de letra que melhor se adequa ao tema. A fonte (designação mais técnica para "tipo de letra") é a minha primeira fonte de inspiração, passo a redundância. É ela que marca o estilo, o tom em que quero escrever o texto, o balanço, o swing... A mesma coisa acontece quando quero dar uso aos meus conhecimentos (básicos) de designer . Seja um convite, um poster, uma identidade corporativa, whatever, o que faço em primeiro lugar é escolher a fonte. A partir daí tudo se constrói. Como uma dança ao ritmo da banda sonora que nos coloca no mood certo.

Ainda agora encontrei "a" fonte para um projecto (gráfico) que - espero - venha a dar muitos e bons frutos. Chama-se Prism Font.



dafont.com

18 de junho de 2015

Honest Ads

Para quem gosta de publicidade, como eu, é um hábito (quase vício) reparar com mais detalhe nos slogans, descontruí-los, tentar perceber o processo criativo por detrás da sua génese e - claro - imaginar um copy ainda melhor! É por isso que acho muita graça aos anúncios "fake", com slogans alternativos e cruelmente honestos (o oposto de qualquer publicidade).

De entre as centenas de "anúncios alternativos" a circular na internet, acho maravilhosos os de Clif Dickens - designer que criou, inclusive, um projecto chamado Honest Slogans.

















Não há pachorra para tanta greve de metro!

Perdoem-me os sindicalistas e os democráticos fundamentalistas, mas qualquer que seja a reivindicação, para mim, já perdeu toda e qualquer legitimidade.

Não há direito que justifique perturbar a vida e as finanças de milhares de pessoas sistematicamente. Tanta gente que daria um rim para ter trabalho... E depois há os "grevistas crónicos", que só estão bem com a estabilidade e as regalias adquiridas no tempo das vacas gordas. Mas esse tempo acabou! Centenas de trabalhadores do privado sentiram-no na pele. Eu incluída. E esses trabalhadores, que agora são cidadãos sem trabalho e com contas para pagar, não podem compadecer-se com reivindicações que há muito ultrapassaram o limite do razoável. Temos pena! Adaptem-se à nova conjuntura, como tantos fizeram. E agradeçam por ainda não terem sido dispensados com justa causa.

Perdoem-me novamente os sindicalistas e os defensores da democracia que só vêm os direitos - e esquecem os deveres -, mas a lei não deveria ser tão permissiva. Imponham um limite de greves semanais, mensais, anuais, sei lá... Eu só acho que não vale abusar dos direitos constitucionais, sob pena de atropelar os direitos dos outros.

Se o metro não tivesse já em caixa o dinheiro dos passes, o prejuízo que estas greves causariam seria infinitamente maior. E, se assim fosse, o desfecho mais provável seria a falência. Ou então uma dívida incomportável que todos nós, cidadãos empregados e desempregados, teríamos de pagar, de uma forma ou de outra. Porque ninguém quer comprar uma empresa moribunda, enterrada em dívidas. Eu não quereria. Assim como não quereria uma empresa onde os funcionários não têm qualquer sentido de " vestir a camisola " ou de levar o barco (o metro, melhor dizendo) a bom porto... Os actos egoístas dos "grevistas crónicos" vão cavar a sepultura da empresa. E eu depois sempre quero ver se, já desempregados, eles não dariam um rim para ter o emprego de volta - e nas mesmas condições de que tanto se queixam!

17 de junho de 2015

Quimonomania

Não que eu perceba alguma coisa de moda - que não percebo nem tenho pretensões disso -, mas é impressão minha ou os quimonos estão em todo o lado?

Já entrei em várias lojas diferentes e em todas elas encontrei pelo menos um. Ainda agora estava aqui numa tour pelas lojas online e, PIMBAS, quimonos e mais quimonos. Por acaso até é uma peça que me agrada, especialmente pelo simbolismo associado à cultura e tradição japonesas. By the way, o que pensarão os japoneses de uma peça tão icónica se ter transformado em tendência de moda?

Eu cá gosto. Acho que são peças bonitas, algumas até bastante trabalhadas (embora, para mim, essas já sejam too much). Gosto particularmente de quimonos com padrões étnicos, como estes meninos aqui em baixo.

Springfield. 19,99€.

Bershka. 25,99€.

Pull&Bear. 15,99€.


Pepe Jeans. 99€.

A minha carta para 2025

Lisboa, 17 de Junho de 2015

Querida S.,

espero que te encontres bem em 2025. E com "bem" quero dizer: espero que não estejas tão balofa como há 10 anos atrás. Lembra-te que o teu peso ideal está entre os 55 e os 60 kg. Com "bem" quero também dizer: espero que o teu peito continue razoavelmente firme, caso contrário já deverias ter tratado disso. E, finalmente, o meu conceito de "bem" implica obrigatoriamente a realização de TODAS as condições abaixo enumeradas.

Que tenhas um trabalho que adores e te recompense justamente.

Que, graças à estabilidade financeira, tenhas comprado a vivenda com jardim que há tanto tempo ambicionas.

Que o João, agora com 11 anos, já tenha uma irmã e que ambos sejam imensamente felizes. E saudáveis.

Que tu e o H. continuem juntos e felizes. E saudáveis.

Que tenhas encontrado um hobbie que te apaixone e preencha os teus tempos livres.

Que consigas ter tempos livres.

Que faças, pelo menos, duas viagens por ano. Uma a dois e outra em família.

Que acordes todos os dias com um sorriso nos lábios.

E é só. Como vês, querida S., tenho muito a fazer para que tu possas ter tudo isto. Perdoa-me por não me alongar mais, mas tenho de ir ali fazer uma caminhada. E é por ti que o faço. Para que sejas uma quarentona enxuta e feliz.

Beijinhos,

Tu com 31 anos

A carta de Kim Kardashian para 2025


Kim K. aceitou o desafio da revista Glamour e escreveu uma carta dirigida a si mesma em 2025. Entre outras coisas, a celebridade de Keeping Up With The Kardashians espera que, daqui a 10 anos, ela já tenha atingido 100 biliões de seguidores no Instagram. E faz a si mesma perguntas bastante pertinentes: será que as selfies continuarão na moda? Expressões como "bae" e "on fleek" ainda serão actuais?


Well done, Kim. Uma carta sem pretensões de Miss Universo - "ah, e tal, desejo a paz no mundo, o fim da fome em África, a diminuição do buraco do Ozono, blá blá blá". Não. Kim escreveu aquilo que realmente a inquieta e deseja para 2025. Um sumo verde delicioso que nos deixe com um bronzeado permanente? Quem é que não gostaria disso?

Raspa, raspa, raspa...

Créditos da imagem: keepcalm-o-matic.co.uk

Todas as semanas gasto 4 euros em raspadinhas. Compro sempre as mesmas, as do Pé-de-Meia. São as tais que nos podem dar um "ordenado" durante alguns anos. E que bom seria! Dinheirinho limpo, todos os meses a cair na conta, sem precisarmos de mexer um dedo. Bom, na verdade, se há coisa que precisamos mexer são os dedinhos, porque a coisa não se raspa sozinha...

Semana após semana, fico mais pobre 4 euros. Muito raramente lá me sai um ou dois euros, só para manter acesa a esperança. E os senhores da Santa Casa são exímios em manter acesa a esperança. Que prazer distorcido é que eles têm em colocar os símbolos que nos podem dar prémio aos pares, sendo que precisamos de um trio? Se ao menos os símbolos nem aparecessem, ou viessem sozinhos, mas não... Vêm sempre dois, quando nós precisamos é de três! Ahhhh, que nervos!!!

As raspadinhas são, no fundo, uma preparação para a vida. Ensinam-nos a morrer na praia e dão-nos estofo para lidar com isso. Levam-nos da esperança absoluta ao completo fracasso em fracções de segundo. E não adianta raspar com diferentes moedas, com as chaves do carro ou mesmo com o crucifixo de ouro que nos ofereceram no baptizado. Superstições à parte, as raspadinhas estão feitas para nos encherem de nervos, não de dinheiro. Eu, pelo menos, não conheço ninguém que tenha enriquecido com raspadinhas. Já ouvi histórias, da prima, da amiga, do cão, do gato... Mas ver, ver, nunca vi!

Posto isto, porque é que não me invisto antes no Euromilhões? Porque não é a mesma coisa. O talão tirado pela máquina não nos deixa ansiosos para lhe deitar a mão em cima. Para pegar na primeira moeda e raspar sofregamente, na esperança de que seja desta. Por muito que nos deixe os nervos em franja, há que reconhecer um certo encanto em todo o processo: a respiração em suspenso a cada centímetro raspado, o deslizar frenético da moeda, as aparas de tinta de chumbo espalhadas por todo o lado... (suspiro)

Só de falar nisto, já estou cheia de vontade de ir ali à Casa Campião. "São duas Pé-de-Meia, se faz favor. MAS COM PRÉMIO!"

16 de junho de 2015

Querido, mudei os dentes!

 

Lembram-se da minha lista de mudança? Em segundo lugar nessa lista coloquei a necessidade de arranjar os dentes, para um sorriso "à la Paulo Portas". Passo o exagero da comparação, porque o que eu quero mesmo é um sorriso bonito, e não um sorriso "de catálogo", que fere a vista de tão artificial!

Bom, eu nem sequer precisaria incluir os meus dentes na lista de mudança se fosse uma pessoa atinada com as questões da saúde e dos dentes em particular. Mas, por mea culpa, faço parte daquele grupo de pessoas que só vai ao médico quando tem mesmo de ser, e quanto menos vezes melhor.  Exames de rotina é mentira. Nunca fiz um check-up na vida. E contam-se pelos dedos das mãos as vezes que fui ao ginecologista (e atenção que já tive um filho!). Enfim, sou uma nódoa no que diz respeito a cuidar de mim e a prevenir para não remediar.

Se bem me lembro, já deveria ter uns 13 ou 14 anos quando comecei a ir ao dentista. Na aldeia, o único médico onde se ia com regularidade era o de família (quando essa figura ainda acompanhava o crescimento das crianças). Todas as outras especialidades só eram consultadas em último recurso, para um tratamento reactivo, em vez de preventivo. Portanto, ao dentista ia-se sempre que apareciam as dores de dentes. E foi provavelmente por esse motivo, não me recordo, que pisei pela primeira vez o consultório de um dentista, já na adolescência. Como na altura não existiam os cheques-dentista (e apesar de hoje existirem, também nunca vi nenhum!), pagava-se um balúrdio por cada consulta - e mais ainda pelos tratamentos. Ora, como o dinheiro já me saía do bolso - porque trabalhava nas férias e recebia uma compensação anual por tocar na banda filarmónica - eu achava um sacrilégio pagar tanto para arranjar os dentes! Ainda por cima, ninguém ia ver. Não era uma camisola nova ou uns ténis de marca que podia exibir na escola... Então qual a minha estratégia para poupar uns trocos? Sempre que o dentista me diagnosticava uma cárie e perguntava se queria tratar ou arrancar (por incrível que pareça, a opção de "arrancar" era-me dada), eu indagava os preços das várias opções. E escolhia a que fosse mais barata. Conclusão: era sempre arrancar! O que significa que, graças à forretice inconsciente da adolescência (e à falta de ética do dentista), fiquei sem três dentes. Vá lá, vá lá, que a coisa podia ter corrido pior! (Felizmente, herdei a dentição do lado paterno, porque a minha mãe usa placa desde que me lembro.)

Olhando para trás, não consigo perceber o que me passava pela cabeça. Sinceramente. Será que eu não imaginava que os dentes me fossem fazer falta no futuro? E o dentista (ou talhante), como é que permite que uma miúda decida arrancar os dentes quando há hipótese de tratamento? A verdade é que permitiu! E sem sequer me alertar para as consequências da minha decisão. Basicamente, além de ficar sem aqueles três dentes A VIDA TODA, ainda corria o risco de perder todos os outros dentes, já que os malandros tendem a ocupar os espaços vazios continuadamente, até ao dia em que se desprendem da raiz e caem.

Quando, há coisa de três anos, uma dentista me disse que, se eu não colocasse implantes, os meus dentes corriam o risco de cair... Caiu-me tudo! Especialmente na altura em que ela mencionou o orçamento. Cerca de 3000€, só para os implantes e as coroas. Muito mais do que eu teria gasto, na adolescência, se tivesse feito as coisas como deve ser. Ah, se o arrependimento matasse! Anyway. Essa mesma dentista - que quebrou a imagem negativa que eu tinha de TODOS os dentistas - também me disse que eu sofria de mordida cruzada (uma maleita que pode causar, entre outras coisas, deslocamento da mandíbula) e que precisava, por isso, de usar aparelho. O mesmo aparelho que serviria, qual coelho e duas cajadadas, para endireitar os dentes "ocupas" e abrir os espaços para a colocação dos implantes. Orçamento para o aparelho e respectiva manutenção: outros 3000€ (mais coisa, menos coisa). Fiquei assoberbada com tantos zeros no orçamento, mas decidi que estava na altura de fazer as coisas como deve ser. E se esse era o preço a pagar pelos erros do passado, paciência... Siga para bingo!

Usei aparelho durante 2 anos, até final do ano passado.  Neste momento, uso uma contenção amovível para dormir e aguardo a fase II dos implantes. Sim, porque entretanto iniciei o processo, há quase 1 mês, com a colocação dos parafusos que vão suportar as coroas. Confesso que fui para a consulta cheia de medo. Afinal, não é todos os dias que nos furam o osso do maxilar para lá enfiar parafusos de titânio! Mas com umas boas doses de anestesia e a paciência incrível do Dr. Fernando - o dentista que me fez os implantes e que recomendo vivamente, se alguém me perguntar! - não custou nada (ou quase nada, vá).

Quanto aos próximos passos da minha "remodelação" dentária, falta-me fazer:

- um branqueamento, porque nunca fiz e estou a precisar (já que investi tanto tempo e dinheiro, ao menos que fique tudo nos conformes);

- e a colocação das coroas (um procedimento bastante simples, pelo que percebi, mas que só pode ser feito 2 a 3 meses depois da colocação dos implantes).

Se tudo correr bem, daqui a uns meses serei uma versão mais sorridente de mim própria :)

15 de junho de 2015

Portugal é, afinal, uma ilha grega


 Créditos da imagem: Facebook da easyJet

A easyJet anunciou hoje, na sua página de Facebook, a nova rota entre Manchester e Kefalonia com a imagem acima e a seguinte descrição: "Kefalonia is a glorious paradise and the largest island in the Ionian Sea". 

Por momentos, achei que o temporal do fim-de-semana tivesse desencadeado um qualquer fenómeno natural e que estávamos agora ao largo da Grécia. Mas não. Foi "só" uma distracção dos senhores da easyJet, que passaram as aulas de geografia com a cabeça no ar.

Depois do chorrilho de críticas no Facebook, a companhia aérea já pediu desculpa e vai rectificar o erro. Eu acho que é pena. Se continuássemos no "faz-de-conta", talvez enganássemos os senhores do FMI. Just saying...

[Pelo sim, pelo não, na próxima vez que voar pela easyJet vou fazer algumas perguntas de geografia ao piloto!]

Mini-break de Santo António, mas não de São João!

Regressámos ontem a Lisboa, de onde saímos na 4ª feira para uns dias de descanso (?!) no norte. Foi assim que comemorámos o Santo António, a 300 km do seu epicentro. Na verdade, pr'aí desde 2008 que "fugimos" dos arraiais alfacinhas. Por ser muita confusão, demasiada gente confinada em ruas estreitas, e porque raramente se consegue apreciar devidamente as sardinhas (primeiro espera-se por uma mesa, depois que a comida nos chegue ao prato... E o Manoel de Oliveira já fez filmes mais curtos!). É sempre a mesma coisa. Mesmo assim, ano após ano, sinto-me tentada a voltar. Talvez para me apaixonar novamente. Ou para dar o benefício da dúvida à tradição. Mas passam os arraiais, murcham os manjericos, e eu arranjo sempre outros planos para os feriados. O facto de estarem tão juntinhos, o de 10 e o de 13, é o pretexto ideal para uma escapadinha. Desta vez fomos ao norte, "obrigados" por uma mão-cheia de avós, tios e primos que reclamava por já não ver o João há mais de 2 meses. Foi o tempo de lhe crescerem 3 dentes, de dar os primeiros passos e aprender habilidades como palminhas, beijinhos, tchau-tchau, "já tá", "olá", "tété", "papá" e "mamã".

É verdade que as idas ao norte são radicalmente diferentes agora, que o João existe. A logística é maior. O carro, que dantes ia vazio para lá e cheio para cá, agora vai atafulhado com a tralha dele. As viagens passaram a fazer-se em horas estratégicas, que evitem o calor e potenciem as sestas. Porque se ele não dorme, os pais dão em malucos antes do quilómetro 50! E nem pensar em fazer o caminho pela nacional, como antigamente, em modo passeio. O rigor dos horários e a impaciência do João dentro de um carro fizeram da A1 a nossa melhor amiga! No entanto, apesar de tudo isto, as viagens ao norte são mais importantes agora, que o João existe. Porque fazemos questão que toda a família acompanhe o seu crescimento, na medida do possível (e do que a distância permite), ao mesmo tempo que queremos manter a ligação dele às raízes dos pais (campo do lado da mãe e praia do lado do pai).

Rumámos ao norte na 4ª feira de manhã bem cedinho, pela fresca. Ainda não eram 8h30. A primeira queixa do petiz aconteceu antes da área de serviço de Aveiras. Decidimos que era muito cedo para parar e conseguimos "entretê-lo" até à estação de serviço de Santarém. Nessa altura, parecia que estávamos no carro há um dia inteiro. Passava pouco das 9h. As excursões de crianças que seguiam para Fátima formavam filas intermináveis para a casa-de-banho e para a cafetaria, tornando mais difícil a nossa tarefa de fazer uma paragem rápida. Esperámos 20 minutos para comprar um iogurte. Demos o lanche ao João e voltámos para o carro. Assim que tentámos sentá-lo na cadeirinha, recomeçaram as queixas. Voltámos à estrada entre queixumes. Parámos na área de serviço seguinte, só para que eu passasse para o banco de trás. Lá consegui entretê-lo durante o resto da viagem. A custo de uma valente dor de cabeça. Chegámos ao destino pouco depois das 11h. Que alívio! Mais uma vez, o João portou-se como se regressasse à sua segunda casa. Não estranhou ninguém. Ao menos isso!

Ultrapassadas as primeiras dificuldades, as próximas tiveram que ver com adaptar os hábitos do João a um novo sítio, com  rotinas diferentes. As refeições dele faziam-se antes das nossas, com a dificuldade acrescida de planear comida só para ele. As sestas faziam-se quando sossegava o barulho do entra-e-sai de uma casa cheia de gente. E as brincadeiras confinavam-se ao interior, já que o São Pedro resolveu brindar-nos com um tempo digno dos últimos meses do calendário. Para ajudar à festa, o casaco tinha ficado esquecido em Lisboa e a mala ia cheia de calções e t-shirts, completamente inúteis para a chuva e o frio que nos apanharam de surpresa. Vá lá que tinham seguido uns ténis, umas calças e algumas camisolas finas, por precaução.

A partida do São Pedro arruinou as nossas intenções de passear, mas foi apenas a cereja no topo do bolo. O bolo, ou melhor, o "santo" que realmente ditou o fiasco do nosso mini-break tem por nome São João. O santo da casa que não faz milagres. Como dormir tranquilamente a noite toda. Esse, sim, era um milagre que teria dado muiiiito jeito. Mas não. As noites fora de casa são sempre, SEMPRE, um stress! Nós, pais ingénuos, acreditamos que o cenário vai mudar a cada nova escapadinha. Que agora é que vai ser. Que o João vai habituar-se na segunda noite. Que a vida é linda e o algodão doce não engorda. Pois! A realidade atinge-nos na primeira noite e massacra-nos em todas as seguintes. O sono agitado, o choro a cada 30 minutos, os nossos palavrões abafados pela almofada, o despertar às 5h30 da manhã (mais coisa, menos coisa)... E lá andamos nós, pais ingénuos, feitos zombies. Num fim-de-semana que deveria ter sido de descanso e foi tudo menos isso!

Conclusão: foi um alívio regressar à rotina. Pelo menos em casa, as noites são ligeiramente melhor dormidas - e já não se esperam milagres! Esperam-se, sim, umas férias a sério. Sem Santos, sem mau tempo e sem João!

8 de junho de 2015

Os nomes que chamamos aos nossos filhos

Coisinha fofa? Gorduchinho? Príncipe? Bochechudo? Ursinho amoroso?

Naaaaa... Isso é o que chamamos aos filhos dos outros. Aos nossos, e normalmente em privado, chamamos nomes mais terra-a-terra, estilo peste, terrorista, bombinha de mau cheiro, suja-fraldas e outros que tais.

Eu, por exemplo, tenho alguns preferidos que vou intercalando conforme as situações: PESTE DOS INFERNOS (na altura das asneiras), CÃO (pelo hábito de pôr tudo na boca e morder) e PIKACHUCHA (numa alusão ao bonequinho amarelo dos Pokémon, o Pikachu, sempre que ele anda agarrado à chucha).

Isto faz de mim uma má mãe? Nada disso. Até porque às vezes, pr'aí umas 500 por dia, também me saem uns "coisa-mai-linda-de-sua-mãe". É assim a maternidade. Torna-nos esquizofrénicas.

As conversas são como...

Créditos da imagem: thewicked noodle.com

Embora, hummmmm, por agora, uh hum, não me apeteça nada... hummmm... mas mesmo nada... hummm... falar!

7 de junho de 2015

O drama, o horror, a tragédia... de deixar a mudança engatada!

O namorado chaga-me a cabeça de cada vez que pega no carro e percebe que eu deixei a mudança engatada. Ui! É como se tivesse acabado de cometer a infracção mais grave do código da estrada! Toma lá 30 minutos de sermão para ver se aprendes! E umas quantas bocas durante a viagem, para interiorizares a lição. É o ensino por via da tortura (só faltam as reguadas). Mas o facto é que não aprendo!

Qual é, afinal, o problema dele? Segundo explicação do auto-intitulado especialista na matéria, se alguém bater no nosso carro e este tiver a mudança engatada, a direcção pode partir. E em vez de ficarmos com uma amolgadela inofensiva, ficamos com um estrago no valor de algumas centenas de euros. E qual é a probabilidade de isso acontecer, meus senhores? Segundo o próprio, fortíssima.

Ora, eu não conheço ninguém a quem isso já tenha acontecido. Nunca ouvi sequer falar do assunto em conversas alheias: "Ah, pois, partiram-te a direcção porque estavas estacionado com a mudança engatada." Nop. Acho que este é um daqueles mitos urbanos. Aliás, podem estraçalhar-nos o carro de tantas maneiras, que mais vale nem pensarmos nisso. Mas o namorado não quer saber de choques em cadeia, árvores caídas no capô ou vandalismo gratuito... Não. O seu foco de preocupação é a direcção. Que pode partir-se com a mudança engatada. E, por isso, insiste em chagar-me a cabeça sempre que pega no carro depois de mim.

(suspiro)

HOMENS!

6 de junho de 2015

Varicela, a doença do demo!

Créditos da imagem: polluteyourbritches.tumblr.com

Depois de uma semana de varicela, tenho a dizer  que essa doença é O INFERNO. Tentar impedir que uma criança de 1 ano conviva pacificamente com as suas borbulhas gigantes e horrorosas, sem se coçar, é como proibir um macaco de se catar.

Nos primeiros dias, o João até nem tinha assim tantas borbulhas - algumas no peito, nas costas, no pescoço e muito poucas na cara e nas pernas. Pensei: "ok, se continuar assim, não vai ser muito mau!". Mas eu já devia prever que estas coisas nunca entram e saem de fininho. E eis que, ao terceiro dia, o cenário mudou drasticamente! Cresceram borbulhas como cogumelos em toda a santa parte do corpo - interior dos ouvidos, entre os dedos, pilinha, rabinho, you name it! -, especialmente na cara, o sítio que eu mais temia por causa das marcas. No entanto, acho que o João se portou relativamente bem (João 1, macaco 0). Exceptuando uma zona que ele estava incessantemente a coçar - a parte baixa das costas, talvez por lhe fazer mais impressão no contacto com a fralda -, ele praticamente não coçou o rosto. Claro que este "praticamente" contempla umas quantas coçadelas ocasionais, mas nada de muito alarmante. Logo, não me parece que fiquem marcas. Por enquanto, as borbulhas estão secas e aguarda-se que desapareçam progressivamente nos próximos dias (para nunca mais voltar, espero!).

Então e as noites? Minha nossa, ninguém aguenta! Só anteontem conseguimos fechar os olhos por 3 horas seguidas (talvez umas 5 no total, se somarmos os cochilos). Mas naquela fase em que a varicela estava no seu auge - e a febre apareceu para ajudar à festa - foram directas autênticas. Sem exageros. Primeiro, não havia maneira de o conseguir adormecer. Ele coçava, coçava, desatava a chorar, não queria ficar sozinho, valia tudo menos dormir... Um inferno! Passavam-se horas de tortura com ele de olho aberto, aos gritos na cama. Assim que lhe pegávamos, calava-se. E seguiam-se uns bons minutos de embalo até ele decidir fechar os olhos. Mas no momento em que o deitávamos outra vez, era como se um trompete lhe tocasse o pasodoble aos ouvidos. Over and over again.

A quantidade de vezes que ameacei atirá-lo pela janela! (Nesta altura, toda a minha racionalidade e paciência há muito que tinha seguido o mesmo caminho.) Descobrimos finalmente que a única forma de o adormecer era colocá-lo na cama comigo. Ele acalmava, eu segurava-lhe as mãos para não se coçar e uma ventoinha bombardeava ar fresco para a zona da comichão... Neste ritual, conseguimos que fechasse os olhos por 30 minutos. Depois despertava, gritava e coçava-se por mais meia-hora. Até se cansar e voltar a adormecer. E assim pelo resto da noite. Espectacular!

O meu estado era tal que, na primeira noite melhor dormida, acordei à 1h (depois de adormecer com ele às 22h) e achei que já era de manhã. Juro. Estava prontinha a levantar-me, como nova. Eu e Mr. Johny, que saltitava na cama ao meu lado. Vá lá que olhei para o relógio, preparei um biberão para ver se o acalmava e resultou... Ao fim de 1 hora de embalos. Pior, pior, foi eu voltar a pregar olho. Onde está uma mão para nos embalar quando precisamos dela? (No meu caso, estava a dormir no quarto ao lado.)

Anyway. Isto são mágoas (quase) passadas. Tirando o facto de acordar com as galinhas, as últimas duas noites têm sido... razoáveis. Agora é só afinar esta questão do relógio para dormirmos até às 11h ao fim-de-semana e 8h em dias úteis. Percebido, Mr. Johny? Agradecida.

Como é que se regula o relógio dos putos

para eles não acordarem às 5h30 da manhã ao fim-de-semana? O mesmo vale para dias úteis.

Créditos da imagem: www.keepcalm-o-matic.co.uk

Breakfast, finally!

Crédito da imagem: mediterraneanblick.blogspot.com

Tomei o meu primeiro pequeno-almoço depois de 1 mês e meio. Não foi um momento tão romântico e glamoroso como o da imagem, mas fiz questão de o assinalar com pompa e circunstância. Preparei uma bandeja toda catita e sentei-me a apreciar cada dentada, calmamente. Pode não parecer nada de especial, mas eu NUNCA tomo o pequeno-almoço sentada. Preparo tudo na bancada da cozinha e como aí mesmo, de pé. Mas esse é um hábito que vai mudar a partir de hoje. Durante a dieta, foi do pequeno-almoço que senti mais falta, por isso vou passar a dedicar-lhe tempo de qualidade. Isso inclui preparar sempre coisinhas boas e saudáveis, como frutas frescas ou papas de aveia. Em oposição aos pequenos prazeres de antigamente: cereais açucarados ou bolachas com sumo de pacote. Palavra de escuteira!

5 de junho de 2015

Errata (sempre quis escrever isto)

No post "Mais uma capa que gera buzz", a imagem que coloquei não corresponde à capa efectivamente publicada. Que foi esta:


A outra fotografia era uma das preferidas, mas acabou por não ser a escolhida para capa. Eu concordo. E imagino os argumentos usados na tomada de decisão:

"Esta pose amaricada não está com nada! Que cruzar de pernas é este?"

"E o movimento de mão à Homem-Pensador? O Quaresma é um desportista, não é propriamente um filósofo..."

"Com o quadro metido debaixo do braço, parece que acabou de o roubar. Atenção para não ferirmos susceptibilidades (especialmente de minorias)".

Recordo a imagem em questão:

Os 60 anos do McDonald's

A primeira vez que vi a nova campanha do McDonald's (comemorativa dos 60 anos) foi no metro. Entre a confusão de mupis publicitários, os do McDonald's destacavam-se pela simplicidade. A premissa KISS brilhantemente executada. Afinal, nós não precisamos de mais nada para identificar a marca. Conhecemo-la há 60 anos (ou um bocadinho menos, vá). 





Já não gosto tanto dos pequenos anúncios televisivos, mas não se pode ser brilhante em tudo!