30 de junho de 2015

Que fazer para o jantar?


 Imagens: pinterest.com

Fazer jantar todos os dias é novidade cá em casa. E passou a sê-lo por força de duas circunstâncias: uma criança de 1 ano que não se alimenta à base de tostas, iogurte e cereais (o meu tipo de jantar preferido) e uma dieta que não se compadece com snacks rápidos e cheios de hidratos e/ou açúcares. Vai daí que passou a ser obrigatório cozinhar todo o santo dia. E com cozinhar entenda-se "preparar uma refeição decente", ainda que uma salada ou uma sopa aquecida do dia anterior. Seja como for, é verdadeira tortura. Esta obrigação de fazer jantares variados e saudáveis (prescrição de nutricionista!). Com a agravante de que não sou pessoa de planear a coisa com antecedência, estilo ementa para a semana toda, de maneiras que ando sempre com a dúvida existencial a martelar-me o juízo: "Que fazer hoje para o jantar?".

Normalmente, penso primeiro no que me apetece comer (ao namorado nunca apetece "nada de especial" e, além disso, pode dar-se ao luxo de sucumbir às tostas com Nutella - GLUP!). Depois de pensar no que apetece, trato de excluir as hipóteses no topo da lista - que passam quase sempre por tosta de queijo com ovo a cavalo ou iogurte grego com frutos vermelhos - e escolho carne ou peixe conforme aquilo que comi nas últimas refeições. Em média, duas vezes por semana como ovo, que a-do-ro! Em omeletes, mexidos ou simplesmente cozidos... O ovo foi a melhor invenção da Humanidade! (Se veio antes ou depois da galinha... Who cares?)

Diz a nutricionista que o jantar quer-se pobre em hidratos e rico em legumes, com a proteína a comandar as hostes. E eu só penso em formas práticas, económicas e rápidas de cumprir estas recomendações. Porque tudo o que menos apetece ao final do dia é encostar a barriga ao fogão. Eu, pelo menos, sou muito mais adepta de assentar o rabo no sofá... Com o cérebro e o corpinho em modo "pause"! Acontece que "pause" é um botão que não existe num estilo de vida saudável. Pelo que temos mesmo de nos fazer à vida e ao fogão (passando pelo ginásio, pois claro).

Ora, sem a mente criativa de um chef para inventar receitas do zero, ando sempre à caça de receitas saudáveis em blogues e sites de culinária. É verdade que encontro fotografias lindas, de encher o olho, mas na maioria dos casos têm ingredientes pouco económicos e difíceis de encontrar, coisas que não fazem parte dos "básicos" da minha despensa. [Se bem que ando a virar-me para produtos diferentes e que até há bem pouco tempo nem conhecia, como as farinhas e as proteínas alternativas.] Entre os alimentos saudáveis que faço questão de ter por casa, o frango e peru são, sem dúvida, os best-sellers, repetidos em receitas até à exaustão. Quanto aos legumes, "vario" entre os brócolos, a couve-flor, os cogumelos, a courgette e pouco mais. Uma vergonha, eu sei. No departamento dos peixes, mantenho em stock uma embalagem de pescada congelada - a refeição de "desenrasque" para o João" - e fico-me por aí. Adoro peixinhos "pipis", como o atum fresco, o salmão, o robalo ou a dourada, mas confesso que é raro comprar. Por serem caros e porque convém comprá-los no próprio dia - quando nem sempre há tempo para isso!

Uma menção especial ao meu ingrediente preferido: o atum em conserva. A lata de atum deveria ser instituição sagrada. A-do-ro. Aprendi nos tempos de faculdade a cozinhar atum enlatado das mais variadas formas. Em massas e pizzas então... Supimpa! Mas os tempos mudam, deixamos de ter o corpinho que tínhamos aos 20 e diz-nos o bom senso que não podemos continuar a enfardar bolonhesa de atum diariamente! Assim sendo, não me resta alternativa senão alargar os horizontes culinários. E habituar-me a fazer o jantar, porque ele não se faz sozinho (por muito espectacular que seja a Bimby, e eu tenho a versão low cost da bicha, continuamos a ter de pensar nas receitas, adaptá-las a uma versão mais saudável, comprar os ingredientes e metê-los lá para dentro em determinado tempo e ordem). 

A propósito de jantar, já passa da hora e esta conversa deixou-me esfomeada! O João comeu restos de ontem, está despachado. O pai deve ficar-se pelas tostas com queijo. E eu tenho MESMO de aprender a planear a ementa semanal (ou de véspera, vá!). Enquanto isso, vou só ali atirar uma lata de atum para cima de duas folhas de alface e dar o jantar por encerrado.

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