3 de setembro de 2015

Mais vale um pássaro na mão...


Nestas férias encontrámos uma andorinha-bebé na calçada. Tinha caído do ninho, algures nas proximidades, e estava assustada, encolhida nas suas penas (que ainda eram pêlo). Eu senti logo um impulso de a trazer connosco. Desconfiava que o animal indefeso, ali, não iria sobreviver. Mas o "namorido" achou que o melhor era deixarmos o bicho quieto, pois a andorinha-mãe haveria de andar à sua procura e levá-la-ia de regresso ao ninho. Além disso, sem fazermos ideia de como cuidar de uma andorinha-bebé, não éramos lá grandes salvadores.

Indecisos sobre a melhor decisão a tomar, estivemos ali um bocado, demos-lhe água da tampa de uma garrafa e pedacinhos de bolacha Maria que o João trazia na mochila. Até o João ajudou na tarefa, em êxtase com o novo "amigo", a quem deu festinhas e tudo. O passarinho não comeu, mas bebericou um bocadinho - o que me deu esperanças de que, afinal, talvez conseguíssemos cuidar dele. Nisto, o homem insistia para o deixarmos, que "não se deve interferir com a natureza", blá blá blá... E eu acabei por lhe dar ouvidos! O homem venceu e o pássaro saiu da minha mão, de volta às pedras da calçada.

Ainda assim, andei o resto do dia com o assunto a bailar-me no pensamento. De vez em quando, lá me perguntava se o pássaro teria conseguido safar-se, esperando que sim... Mas tratei de afastar o assunto com outro tipo de preocupações dignas de férias ("vou à piscina ou fico aqui a apanhar sol?", "a que restaurante vamos jantar hoje?" e questões existenciais do género).

A coisa teria ficado por aí se não tivéssemos passado pelo mesmo passeio, no dia seguinte. Digamos apenas que eu devia ter seguido o meu instinto. R.I.P. passarinho. Nota mental para mim mesma: ignorar opiniões masculinas. Está visto que os homens nunca têm razão.

Sem comentários:

Enviar um comentário