8 de setembro de 2015

A praga dos panfletos

Há uma técnica de marketing que resiste e persiste no tempo: os panfletos. Quantas gráficas já não teriam falido sem os panfletos? Já para não falar nos postos de trabalho assegurados pelos famigerados papelinhos. "Olá, o meu nome é André e sou entregador de panfletos."

Num dia normal (casa-trabalho-casa), são às dezenas os panfletos com que nos cruzamos. Ora porque nos deixam nas caixas de correio. Ora porque nos entregam na rua, quase sempre à saída do metro. Ora porque os prendem nos limpa pára-brisas do carro. Panfletos e mais panfletos. Deste mundo e do outro.

É o dentista que faz implantes a 50€. É o senhor que nos quer comprar o carro. Ou o ouro. É o limpa-chaminés para o nosso prédio - que nem sequer tem chaminé. É o desentupidor. O desinfestador. O canalizador. A Telepizza. A Pizza Hut. A Meio Pizza Meio Grill. Os senhores das mudanças a 15€ à hora. O restaurante que serve buffet chinês por 7€. A esteticista do bairro que aceita pagamento às prestações para depilação a laser. A escola de formação que oferece cursos com emprego garantido. Uau! É todo um mundo de oportunidades, descontos, erros ortográficos e mau design.

Ainda esta semana, recebi na caixa de correio um panfleto bastante garrido, que anunciava uma marisqueira com "take way" (em letras bem grandes). Agora, no vidro do carro, tinha um panfleto que me prometia a carta de condução a preço de saldo. Really? Não encontram melhor sítio para largar esse panfleto? Por acaso não vos ocorreu já que a malta com carro, à partida (reforço: à partida), já terá a carta de condução? Só naquela. E que tal espalharem esses panfletos pelas universidades? Ou, melhor ainda, nos berçários e jardins de infância! "És pequenino, mas já sonhas com o dia em que poderás amolgar o carro dos papás? A nossa escola de condução espera por ti."

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