28 de maio de 2015

1 ano e 1 mês de João


E de noites mal dormidas.

(bocejo)
(outro bocejo)
(gole de café)


Quando temos o primeiro filho, toda a gente nos prepara para o pior cenário: "Acabaram-se as noites bem dormidas! Ah ah, esqueçam o descanso! A partir de agora vai ser a doer!". Nós, incautos papás de primeira viagem, devolvemos um sorriso amarelo, metade nervos, metade confiança fingida, e esperamos o melhor. Mas a verdade é que o melhor nunca nos calha a nós. Calha sempre à amiga da prima, ou à prima da amiga, que tem um bebé espectacular que faz as noites todas, todinhas, desde que nasceu. Esse bebé é tão fora de série, tão espectacular, que até têm de o acordar para mamar, caso contrário o malandro fazia 12 horas seguidinhas sem piar. Quem nunca ouviu histórias destas que ponha o dedo no ar! Eu ouço a toda a hora, especialmente depois de me queixar que o João fez mais uma noite daquelas. Perfect timing. É mais ou menos como alguém me dizer: "oh pá, fiquei desempregada, vou perder a casa para o banco e o meu marido quer divorciar-se". Ao que eu respondo: "ah, que chatice. Mas olha, anima-te que estás convidada para a minha festa de renovação de votos. Vai ser na mansão nova que eu e o meu marido comprámos na semana passada".

O problema aqui deve ser meu, só pode. Se tantos pais têm Anões Dorminhocos no lugar dos filhos, provavelmente a Bruxa Má sou eu. Mas como ser Branca de Neve? Há teorias e mais teorias: deixar chorar antes de lá ir pôr a chucha pela milésima vez, dar uma dose reforçada de leite antes de deitar, colocar sons "brancos" a tocar no quarto, queimar incenso de flor de laranjeira, shanti shanti e trinta por uma linha.

Estaria a mentir se dissesse que já pus em prática todas estas teorias. Mas também não as ignoro completamente. Acho que o importante é percebermos a origem do problema e fazermos o que se adequa ao nosso caso. Nisto da maternidade não há fórmulas universais. Porque os bebés também não são todos iguais - como já se percebeu! Mas então, qual é a origem do problema? Porque é que o João, do alto dos seus 13 meses, ainda não faz noites decentes?

(Significado de "noite decente" no meu dicionário: uma noite que compreenda PELO MENOS 8 horas de sono total, sendo que PELO MENOS 5 dessas horas são dormidas ininterruptamente)

Resposta: não faço a mínima ideia. Eu não corro para o quarto assim que ele choraminga. Deixo-o chorar um bocadinho até perceber que tenho mesmo de lá ir para ele se calar (às vezes é só pôr a chucha e virar para o lado). Asseguro-me de que ele está com a roupa adequada para não ter frio nem calor. Faço sempre o mesmo ritual na hora de deitar: quarto a meia-luz, palavras sussurradas, alguns miminhos, às vezes uma história e cama. Até já comprei água floral de camomila (com propriedades calmantes) para borrifar no quarto e na almofada.

Nos primeiros meses, apesar de não ter um Anão Dorminhoco como filho, nunca achei que o João tivesse os típicos problemas de sono sobre os quais ia lendo em artigos da especialidade ou em fóruns de mães: "só adormece à uma da manhã", "só adormece ao colo ou com a chucha", "só adormece com música", "acorda mal a mãe ou o pai saem do quarto", etc. e tal. Nada disto acontecia com o João. Ele nunca precisou de colo (ou mama) para adormecer. Sempre, desde bebé, o ensinámos a adormecer sozinho. Sempre instituímos uma hora de dormir, que era respeitada ao máximo: durante a semana, entre as 19h e as 20h; ao fim-de-semana, entre as 19h30 e 20h30. E raramente era difícil deitá-lo, já que na maioria das vezes ele próprio pedia cama.

Por tudo isto, estava convencida de que as boas noites acabariam por chegar e, quase de certeza, antes do 1.º aniversário.

(Significado de "boa noite" no meu dicionário: uma noite que compreenda PELO MENOS 12 horas de sono total, sendo que PELO MENOS 8 dessas horas são dormidas ininterruptamente)

Pois. Mas tal ainda não aconteceu. Talvez aos 14 meses. Ou aos 15. Certamente antes dos 18 (meses, entenda-se). A ver vamos...

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