Já está no ar a série I am Cait, que acompanha a nova vida de Bruce Jenner enquanto mulher. Vi o primeiro episódio e gostei. Gostei do facto de se focar na apresentação de Caitlyn à mãe. Faz todo o sentido começar por aí. E foi inspirador ouvir uma senhora de 88 anos falar do filho que agora é filha. Achei admirável a forma como ela processou a mudança em frente às câmaras, sem pudor de admitir que ainda não estava "em paz" com o assunto, mas que iria lentamente habituar-se à ideia. "Eu amei-o com todo o meu coração e, com certeza, vou amá-la com todo o meu coração."
Gostei sobretudo que o foco de Caitlyn - o seu objectivo para este programa - tenha ficado bastante claro desde o primeiro minuto. O primeiro episódio começa precisamente com uma "declaração de interesses": Caitlyn quer ser um exemplo, uma inspiração e uma voz activa para a comunidade transgénera. É dado destaque ao suicídio de um jovem em processo de mudança de sexo e Caitlyn faz questão de conhecer a família do jovem, prestando o seu apoio. Este posicionamento solidário é, de facto, a mais-valia do programa. É aquilo que o distingue de ser apenas mais um spin-off das Kardashians, para ser um programa de mérito próprio. Só espero que a linha editorial se mantenha, à medida que o programa for avançando, uma série atrás da outra... Com as Kardashians logo ali ao lado e todo um universo feminino por explorar, é fácil perder o foco de I am Cait. Mas, por enquanto, gostei do que vi. Go Cait!
Mais uma frase da mãe, Esther Jenner:
"Eu senti tanto orgulho do Bruce quando ele subiu ao pódio e recebeu aquela medalha de ouro, em Montreal. Chorei. Içaram a bandeira americana... Na altura, pensei que nunca mais sentiria tanto orgulho nele. Mas estava enganada. Hoje sinto ainda mais orgulho. Pela coragem que ele teve."
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