Já lá vão mais de seis meses, mas continuo assoberbada.
Não somente pelos cuidados que um bebé inspira, mas sobretudo pelo espaço que ele passa a ocupar na nossa vida. Sem deixar espaço para mais nada. O próprio tempo deixa de ter espaço. O tempo e o espaço mandam às urtigas todos os princípios científicos. E tudo se torna relativo. Uma relatividade absoluta que vem com a experiência da maternidade.
Tudo muda.
É cliché, mas a mais pura das verdades.
O mundo muda. Nós mudamos com ele.
Nada volta a ser igual.
A nossa existência passa a ter um propósito herculano: formar outro ser humano. Com tudo o que isso implica. Com a enorme responsabilidade que isso acarreta. É avassalador.
Já lá vão mais de seis meses, mas continuo assoberbada.
(um estado de espírito que, imagino, se vá prolongar pelos próximos anos)
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