11 de agosto de 2015

O lugar a que chamamos CASA






Desde que fui viver para Lisboa, com 17 anos, que passei a ter duas "casas". A casa dos meus pais (curioso como ganha esse estatuto a partir do momento em que saímos de lá) e as casas que fui tendo enquanto imigrante na cidade. Primeiro um quarto na casa do meu tio lisboeta, depois um quarto na residência de estudantes, a que se seguiu um apartamento partilhado com amigas em Arroios, outro apartamento partilhado com as mesmas amigas em Moscavide, um apartamento arrendado a solo no Lumiar, um apartamento arrendado a dois de regresso a Moscavide e, finalmente (por enquanto), um apartamento comprado a dois ainda em Moscavide. No entanto, por muito que tenha repartido moradas ao longo dos anos (nos documentos mantive a casa dos meus pais, até há bem pouco tempo), nunca me senti verdadeiramente "em casa" como me sinto na casa dos meus pais. Não me lembro exactamente do momento em que disse, pela primeira vez, "a casa dos meus pais", mas imagino que tenha soado estranho. Afinal, nos primeiros 17 anos da minha vida, aquela era "a minha casa". Mas será que alguma vez deixou de o ser, apesar da nova nomenclatura? Acho que não. A casa dos meus pais será SEMPRE a minha casa, mesmo que já não seja morada de BI. É isso que sinto quando cá estou, como agora, a passar uns dias.

Acordar com os barulhos de sempre, comer torrada de fogão com cevada ao pequeno-almoço, beber água da fonte, estar pronta para dormir às 21h... Há coisas que só se sentem quando estamos "em casa". And there's no place like home!

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